MOISÉS LAURINDO
PROESPERANÇA: Educação, Ludic'idade e Cidadania
Frase de boas vindas
E como todo projeto, precisam de uma estratégia para serem alcançados.
O adiantamento destes sonhos desaparecerá com o primeiro movimento.
Paulo Freire
sábado, 16 de junho de 2012
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sexta-feira, 8 de junho de 2012
sexta-feira, 4 de maio de 2012
terça-feira, 1 de maio de 2012
A BRINQUEDOTECA COMO UM RECURSO DE INTERVENÇÃO TERAPEUTICA E DE CONVÍVIO SOCIO AFETIVO
Autor: Adriana Gomes da CostaIntrodução Na sociedade atual vemos que os espaços de brincar estão cada vez mais limitados a ambientes específicos, haja vista, que estão sendo direcionados a ambientes fechados, tais como em condomínios, escolas e parques de diversões. Assim, antes de espaços de lazer e entretenimento costumam ter uma função social, principalmente entre crianças, juvenil e adolescente. Sendo ambientes de socialização promovem a afetividade e também a cognição, por essa perspectiva temos como um recurso de intervenção Psicopedagógica. Sabemos que os valores que envolvem a sociedade estão margeados nas relações humanas, nestas estão às influências culturais dos grupos existentes e suas contribuições ao comportamento humano. Não descartando que os valores éticos e morais são reafirmados no convívio em grupo. A proposta da Brinquedoteca como recurso terapêutico se baseia observando a grande contribuição dos brinquedos e brincadeira nas aprendizagens infantis surgiu o interesse em pesquisar de forma profunda essa realidade, tendo como ajuda a fundamentação teórica de alguns autores, como Brougére (1998), Kishimoto (1999) entre outros que afirmam que brincando as crianças mudam seu comportamento, mostrando o papel importante que desempenham na realidade e as grandes qualidades das quais possuem. A brincadeira é a atividade mais típica da vida humana, por proporcionar alegria, liberdade e contentamento. Quando a criança brinca, está em constante processo de construção de significados, buscando compreender o mundo a partir de suas representações. Portanto, é necessário tornar a brincadeira na brinquedoteca como uma prática intencional, pois ela leva o aluno a construir a suas referências cognitivas, enriquece sua personalidade e é um instrumento Psicopedagógico que leva o terapeuta a condição de mediador, estimulador e avaliador do processo de aprendizagem. Quando falamos em espaços de aprendizagem temos por base os pressupostos que propiciam a aprendizagem, assim antes de um ambiente favorável à cognição um ambiente facilitador para a afetividade, neste sentindo temos a intervenção do psicopedagogo como instrumento de vinculação entre paciente e terapeuta. Assim se transforma um processo de confiança, no qual são dispostos valores e anseios que só são possíveis de reconhecê-los em uma ambiente acolhedor, acreditamos que a brinquedoteca seja esse facilitador, na medida em que promove e estimula ao lúdico de modo que a sensação prazerosa da terapia contribua a um diagnóstico e uma possível cura. Depois, também por oferecer novas maneiras e estratégias que contribuirão para o avanço do trabalho educativo e Psicopedagógico. Assim, essa pesquisa aborda assuntos que podem contribuir como uma nova abordagem ao psicopedadogogo tanto de forma institucional como em suas intervenções clinicas, sempre visando a sanar as expectativas de nossos pacientes e melhorando a qualidade no processo de Ensino ministrado em nossa sociedade contemporânea. Uma Intervenção direcionada O processo de aprendizagem está especialmente ligado aos primeiros anos de vida e se estende até a adolescência, neste sentido, a maturação cognitiva chega ao seu ápice. E é deste modo, o indivíduo constrói seu conhecimento se perdurará durante a fase adulta, assim sendo, é importante perceber quais relações ele atribui a aprendizagem e como isso afeta diretamente sua vida. O processo de aprendizagem vai muito mais que mero acúmulo de informações, mas recursos que direcionam o modo de agir e de viver de seus protagonistas, a abordagem Psicopedagógica tem como objetivo descobrir meios para se diagnosticar e direcionar uma aprendizagem eficaz infância e na adolescência. Winnicott (1975, p.76), terapeuta especializado no trabalho com crianças pequenas, também nos fala da importância do brincar para o desenvolvimento da criança e de sua ponte com a realidade: A criança traz para dentro dessa área da brincadeira objetos ou fenômenos oriundos da realidade externa, usando-os a serviço de alguma amostra derivada da realidade interna ou pessoal. Sem alucinar, a criança põe para fora uma amostra do potencial onírico e vive com essa amostra num ambiente escolhido de fragmentos oriundos da realidade externa (...). No brincar, a criança manipula fenômenos externos escolhidos com significados e sentimentos oníricos. Mesmo sendo o brincar uma atividade também para a vida adulta, é na infância que ele se inaugura, e é na infância que ele promove a realização dos fenômenos mais significativos para o indivíduo na busca do seu eu. A prática de brincadeiras proporciona à criança um confronto e um diálogo do mundo externo com o mundo interno, criando uma área própria para o brincar, a qual leva a pessoa ao encontro do seu eu e consequentemente à construção da sua subjetividade. Winnicott (1975, p.76), nos mostra que esta área própria do brincar “não é a realidade psíquica interna. Está fora do indivíduo, mas não é o mundo externo”. O brinquedo é a forma de comunicação da criança com a realidade desde a mais tenra idade, e principalmente nela, pois o brincar ajuda a criança a superar suas necessidades mais primitivas e imediatas. O brinquedo funciona também como um atendimento às necessidades não realizáveis imediatamente para a criança, pois ao brincar ela se envolve num mundo imaginário onde satisfaz seus desejos. O bebê não suporta não ser atendido prontamente, ele precisa de uma ação que o satisfaça naquele momento determinado, e esta satisfação vem no ato de brincar. De acordo com Vygotsky (1994, p.122), “Para resolver esta tensão, a criança (...) envolve-se num mundo ilusório e imaginário onde os desejos não realizáveis podem ser realizados, esse mundo é o que chamamos de brinquedo.” Portanto, o papel do brincar no desenvolvimento da criança é fundamental, pois é através dele que a criança elabora o seu estar no mundo, dialogando à sua maneira com a realidade concreta e com o outro. O brincar como terapia para as necessidades humanas Desde os tempos mais remotos o uso do lúdico denota características comportamentais singulares nos seres humanos, já que suas propriedades afetam o modo de agir e de pensar dos indivíduos, nesse processo ele recupera a sua singularidade e de forma inconsciente reconhece o seu real papel neste processo. Para isso temos o comentário de Sara Paín (1985, p.51): Assim como analisamos os esquemas práticos de conhecimento através da atividade assimilo-comodativa no bebê, a atividade lúdica nos fornece informação sobre os esquemas que organizam e integram o conhecimento em um nível representativo. Por isto, consideramos de grande interesse para o diagnóstico do problema de aprendizagem na infância a observação do jogo do paciente. Brinquedoteca na escola As brinquedotecas pedagógicas objetivam suprir as necessidades materiais que promovam o desenvolvimento da aprendizagem, sendo organizadas principalmente em escolas de educação infantil em um setor da escola onde os alunos possam brincar e escolher os jogos e brinquedos. Além de ser um espaço da criança, questionamos que a brinquedoteca deve também ser um espaço destinado aos professores da escola, que propicie experiências, estudo e disseminação de idéias sobre o lúdico. Esse foi um dos caminhos propostos na intervenção institucional na CEI Jd. São Joaquim, na medida em que o espaço além de promover a interação das crianças fora de grande valia, para que os professores estudassem e estimulassem o lúdico em suas atividades. Algumas escolas de ensino fundamental implantaram brinquedotecas visando possibilitar apoio aos professores, os quais utilizam de esses recursos a fim de estimular o interesse dos alunos e facilitar o processo de aprendizagem, possuindo jogos e espaço livre para brincar. Além de apresentar objetivos gerais de qualquer brinquedoteca, como desenvolvimento das atividades lúdicas e valorização do brincar, a brinquedoteca pedagógica acrescenta a disponibilidade de brinquedos que propiciam um melhor desenvolvimento infantil, facilita a aprendizagem e, quando há dificuldades nesta, promove apoio Psicopedagógico ás crianças, favorece a indicação de brinquedos e jogos que facilitam o desenvolvimento escolar. Nas escolas que atendem crianças especiais, as brinquedotecas funcionam como um facilitador do processo de aprendizagem através de brinquedos adaptados e atividades lúdico-diretivas, bem como um espaço de interação entre crianças pais e educadores. Brinquedoteca no hospital A brinquedoteca hospitalar é um espaço, no qual o terapeuta terá de desenvolver o seu trabalho, favorecendo o resgate do brincar livre com um fim em si mesmo e, posteriormente, utilizando-o como um meio para favorecer uma socialização de estímulos que favoreçam a aprendizagem, demonstrando a importância do brincar como um recurso de recuperação da auto-estima em meio ao processo terapêutico. A brinquedoteca no consultório psicopedagógico Além de um recurso na intervenção Psicopedagógica, a utilização da brinquedoteca, tem como pressuposto de uma forma de vínculo entre terapeuta e paciente, pois neste contexto, além de se diagnosticar os preceitos que norteiam alguns déficits de aprendizagem, também demonstra uma conotação de aproximação e acolhimento entre o paciente e o seu psicopedagogo. Nesta relação alguns valores são saciados pela estrutura lúdica e a este sentido vemos o que nos diz Chamat (2008, p.32): O escasso vínculo com o “conhecimento” torna a aprendizagem e vida social insatisfatórias. A esse respeito, Chamat (op. Cit.), enfatiza que esse vínculo se encontra evidenciado ou com seqüelas da ausência dessa vinculação. Essa vinculação, segundo a autora é responsável, pela criatividade e desejo de busca, de lidar com o conhecido e desconhecido que é o “conhecimento”. A causa está na vinculação, cujas rupturas levam o sujeito a se sentir desvalorizado e com medo de fracassar, fugindo daquilo que não domina. Indubitavelmente, o vínculo entre ensinante e aprendente é um canal favorecedor a aprendizagem, neste sentido é possível que nesta relação haja meios significativos que tornem o ambiente de aprendizagem eficaz, em alguns casos a empatia em ambos faz toda a diferença, de modo a determinar o que realmente o aprendente quer aprender e até onde o levará para este tipo de aprendizagem. Isso não se restringe somente ao ambiente escolar, mas na prática clínica também se esse estreitamento não for incentivado não poderá ocorrer um processo coeso e eficaz. Neste sentido temos por base Chamat (2008, p.33): As relações de significação vão se estabelecendo e interpretando a realidade na qual se insere. Esses significados têm uma função dinâmica, pois, por meio deles se formarão outros significados, desde que incorporados e decodificados em sua significância. A palavra cognição significa “o processo através do qual mundo de significados tem origem. Sendo assim, o processo de integração das informações às estruturas cognitivas anteriores denomina-se aprendizagem. A Psicopedagogia tem como o objeto de estudo os déficits de aprendizagem, suas características, possíveis patologias, como também contextos que estão fatores implícitos que não aparecem em uma prática terapêutica tradicional, para este sentido, temos uma proposta lúdica, tendo como pressuposto um espaço propício a aprendizagem, assim temos a brinquedoteca, para tanto apresentamos os jogos e atividade lúdica como intervenção no processo terapêutico, tendo com base à retomada a auto-estima, o autoconhecimento e reconhecendo-se como agente primordial para o processo de aprendizagem, neste sentido, nos remetemos que somente um espaço acolhedor que ofereça as mesmas condições uterinas, possa sanar algumas questões pertinentes ao comportamento humano, muitas destas estão situadas na prática do psicopedagogo em uma abordagem mais humana que atenda os anseios de seus pacientes. Não nos esqueçamos que o acompanhamento ao convívio familiar e ao ambiente escolar também, nos dá um norte para a nossa práxis Psicopedagógica, descobrir principais meios relacionais que envolvem o meio sócio afetivo de nossos pacientes, também nos remete a uma intervenção mais diretiva, assim quando apresentamos a brinquedoteca, oferecemos um recurso que pode contribuir a uma abordagem interdisciplinar, da qual nos utilizamos de embasamentos no campo da Psicanálise, Pedagogia e da Psicologia, para isso acreditamos que a brinquedoteca seja um espaço propicio também a uma intervenção com familiares, de modo a descobrir como se baseiam as relações entre seus envolvidos. Para isso temos um comentário de Chamat (2008, p.36): Na psicopedagogia também se trabalham os déficits pedagógicos familiares, as questões vinculares, os obstáculos epistêmicos e epistemológicos que se referem à não-penetração e vinculação com o “conhecimento”, impedindo e inibindo a cognição. Entretanto isso é feito com os jogos e com o conhecimento lúdico. Essas implicações demonstram os quantos às abordagens lúdicas em um ambiente propício oferecem uma atmosfera de reciprocidade entre paciente, família e terapeuta. Assim, a brinquedoteca aparece como um recurso interdisciplinar da qual desmistifica o processo do brincar e o promove como intervenção terapêutica. Muitos registros mostram como a vinculação tanto favorece uma abordagem pedagógica, como terapêuticos resultados significativos no tratamento de pacientes nas clínicas de psicopedagogia, esse processo contribui para um repensar clínico, pois tais fatores mostram como um tratamento psicopedagógico, vai além de meras teorias, ele se estreita quando a vinculação aparece, ela vai demonstrar os caminhos pelos quais serão trilhados as seções seguintes e todo o tratamento. Não descartando que um ambiente favorável, oferece condições a manifestações mais lúdicas, promovem um relacionamento mais estreito e abre margem para outras questões que afetam a psique, o modo de viver e o comportamento de nossos pacientes. Assim podemos ter como uma sugestão a implantação da brinquedoteca como um fator de estreitamento e vínculo entre paciente e terapeuta. Um caso a se destacar está no relato de Simões (2010), na medida em que o seu relacionamento com Valenthim se estreita, abordagem fora mais eficiente e mais humana, pois a autora cria meios para que o seu paciente se exponha e se disponibiliza a ajudá-lo de maneira que ele se sentisse seguro a seguir o que ela o propunha. Sua experiência demonstra o quanto a vinculação é fundamental a contribuir tanto a um diagnóstico, como a um tratamento mais específico, portanto , mais eficaz esses fatores interferem em toda a estrutura que conhecemos de indivíduo, já que testifica um novo proceder e uma nossa rota a ser traçada. Nessa prática, a relação de confiança do par terapêutico propiciou que Valenthin valorizasse o trabalho construído, passando a se empenhar em sua realização. Foram igualmente importantes o acolhimento, a observação e a escuta de sua vivência com a família. (p.193) A vinculação permite que o terapeuta repense sua prática e é através dela que todo o processo terapêutico se dissolve e apontas a possíveis diagnósticos e consequentemente a uma terapia mais estruturada e humanizada. Metodologia A pesquisa necessária para a elaboração deste trabalho foi realizada de forma qualitativa, partindo de pesquisas bibliográficas que foram cuidadosamente selecionadas e deram o embasamento teórico para essa temática. Considerações finais A abordagem psicopedagógica se situa em fatores de não aprendizagens, mas também se sustenta em apresentar novas rotas para se construir o processo de aprendizagem nos indivíduos. As intervenções tanto clínicas, como institucionais tem como objetivo demonstrar novas perspectivas para se construir o processo de aprendizagem, assim nesse sentido, temos a brinquedoteca como um recurso lúdico e de vinculação familiar, terapêutica, social e clinica. A construção de um ambiente favorável a aprendizagem está na práxis de psico- pedagogos, nas ações diretivas permitem uma mediação e uma intervenção que tem por objetivo recuperar e entender as estruturas cognitivas que propiciam a aprendizagem. O trabalho em conjunto entre família e escola contribui para promover uma contextualização do possível “problema” e a verdadeira causa para subsistir, nesse quesito são marcadas entrevistas com os envolvidos para se delimitar e construir um diagnóstico. Mas, o que realmente constrói elementos sólidos em uma prática terapêutica é o vínculo que se situa entre ambos, assim sendo, se faz necessário um ambiente acolhedor onde o paciente se sinta seguro e veja o processo terapêutico como um reaprender e para isso é de suma importância que sejam construídos valores sólidos, valorizando as representações e simbolismos que se mostram durante este processo. A relação entre paciente e terapeuta, seja também uma aprendizagem entre ensinante e aprendente, por ser de suma importância propomos a brinquedoteca como recurso inovador de socialização, cognição, sensibilização, lúdico e de maturação para a construção da aprendizagem, acreditamos que esse recurso recupera valores e consolida o vínculo terapêutico, pois sua utilização diretiva condiciona a evidenciar fatores essenciais durante o processo terapêutico. Referencias bibliográficas BROUGÉRE, Gilles. Jogo e Educação. Trad. Patrícia C. Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas,1998. CHAMAT, Leila Sara José. Técnicas de Intervenção Psicopedagógica: Para dificuldades e problemas de aprendizagem. São Paulo: Vetor, 2008. COSTA, Adriana Gomes. A Brinquedoteca na Educação Infantil: Projeto de Assessoramento PsicopedagógicoInstitucional. São Paulo, 2010. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O Brincar e suas Teorias. São Paulo: Pioneira, 1999. PAIN, Sara.Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. Tradução Ana Maria Netto Machado. – Porto Alegre: Artmed, 1985. SIMÕES, Márcia. Intervenções Clinicas: Ação integrada com a Fonoaldiologia, a Psicopedagogia, a Arteterapia, a Psicanálise e outros saberes. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2010. VYGOTSKY, L. S. O papel do brinquedo no desenvolvimento. In: ______. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1994. WINNICOTT, D.W. O Brincar e a Realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.
Perfil e Links: http://www.soartigos.com/artigo/13032/A-BRINQUEDOTECA-COMO-UM-RECURSO-DE-INTERVENCAO-TERAPEUTICA-E-DE-CONVIVIO-SOCIO-AFETIVO/