Frase de boas vindas

Os sonhos devem ser ditos para começarem a se realizarem.
E como todo projeto, precisam de uma estratégia para serem alcançados.
O adiantamento destes sonhos desaparecerá com o primeiro movimento.
Paulo Freire



terça-feira, 26 de julho de 2011

Violência Escolar

Autor: VIVIANE AVELINO MARCELOS


Resumo do artigo:
ENTENDER A VIOLÊNCIA QUE ACONTECE NA ESCOLA NOS DIAS ATUAIS SIGNIFICA ABRIR ESPAÇO PARA UMA REFLEXÃO EM TORNO DA MUDANÇA DE POSTURA DO PROFESSOR NO COTIDIANO ESCOLAR. O EDUCADOR QUE COMPREENDE SEU PAPEL VISUALIZA NA ESCOLA UM IMPORTANTE ESPAÇO DE PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA.

Palavras-chave do artigo:
violencia escolar, tipos de violencia, crimes violentos

A violência é hoje uma das principais preocupações da sociedade. Ela atinge a vida e a integridade física das pessoas . É um produto de modelos de desenvolvimento que tem suas raízes na história .


A definição de violência se faz necessária para uma maior compreensão da violência escolar. É uma transgressão da ordem e das regras da vida em sociedade. É o atentado direto, físico contra a pessoa cuja vida, saúde e integridade física ou liberdade individual correm perigo a partir da ação de outros. Neste sentido Aida Monteiro se expressa " entendemos a violência, enquanto ausência e desrespeito aos direitos do outro"[1]. No estudo realizado pela autora em uma escola, buscou-se perceber a concepção de violência dada pelo corpo docente e discente da instituição.


Para o corpo discente " violência representa agressão física, simbolizada pelo estupro, brigas em família e também a falta de respeito entre as pessoas ". Enquanto que para o corpo docente " a violência, enquanto descumprimento das leis e da falta de condições materiais da população, associando a violência à miséria, à exclusão social e ao desrespeito ao cidadão" .


É importante refletirmos a diferença entre agressividade, crime e violência.


A agressividade é o comportamento adaptativo intenso, ou seja , o indivíduo que é vítima de violência constante têm dificuldade de se relacionar com o próximo e de estabelecer limites porque estes às vezes não foram construídos no âmbito familiar. O sujeito agressivo tem atitudes agressivas para se defender e não é tido como violento. Ele possui "os padrões de educação contrários às normas de convivência e respeito para com o outro ." ABRAMOVAY ; RUA ( 2002) A construção da paz vem se apresentando em diversas áreas e mostra que o impulso agressivo é tão inerente à natureza humana quanto o impulso amoroso; portanto é necessária a canalização daquele para fins construtivos, ou seja, a indignação é aceita porém deve ser utilizada de uma maneira produtiva.


O crime é uma tipificação social e portanto definido socialmente é uma rotulação atribuída a alguém que fez o que reprovamos. " Não reprovamos o ato porque é criminoso. É criminoso porque o reprovamos"(Émile Durkheim).


Violência pode ser também “uma reação conseqüente a um sentimento de ameaça ou de falência da capacidade psíquica em suportar o conjunto de pressões internas e externas a que está submetida” LEVISKY (1995) apud DIAS;ZENAIDE(2003)


Tipos de violência


A violência que as crianças e os adolescentes exercem , é antes de tudo, a que seu meio exerce sobre eles COLOMBIER et al.(1989). A criança reflete na escola as frustrações do seu dia-a- dia.


É neste contexto que destacamos os tipos de violência praticados dentro da escola .


· Violência contra o patrimônio - é a violência praticada contra a parte física da escola. " É contra a própria construção que se voltam os pré-adolescentes e os adolescentes , obrigados que são a passar neste local oito ou nove horas por dia." COLOMBIER et al.(1989)


· Violência doméstica - é a violência praticada por familiares ou pessoas ligadas diretamente ao convívio diário do adolescente.


· Violência simbólica - É a violência que a escola exerce sobre o aluno quando o anula da capacidade de pensar e o torna um ser capaz somente de reproduzir. " A violência simbólica é a mais difícil de ser percebida ... porque é exercida pela sociedade quando esta não é capaz de encaminhar seus jovens ao mercado de trabalho, quando não lhes oferece oportunidades para o desenvolvimento da criatividade e de atividades de lazer; quando as escolas impõem conteúdos destituídos de interesse e de significado para a vida dos alunos; ou quando os professores se recusam a proporcionar explicações suficientes , abandonando os estudantes à sua própria sorte , desvalorizando-os com palavras e atitudes de desmerecimento". (ABRAMOVAY ; RUA , 2002, p.335) a violência simbólica também pode ser contra o professor quando este é agredido em seu trabalho pela indiferença e desinteresse do aluno. ABRAMOVAY ; RUA ( 2002)


· Violência física - "Brigar , bater, matar, suicidar, estuprar, roubar, assaltar, tiroteio, espancar, pancadaria, neguinho sangrando, Ter guerra com alguém, andar armado e, também participar das atividades das guangues " ABRAMOVAY et al. (1999)


Os fatores que levam os jovens a praticar atos violentos


São inúmeros os fatores que podem levar uma criança ou um adolescente a um ato delitivo, a seguir, abordaremos os que acreditamos serem os mais relevantes .


A desigualdade social é um dos fatores que levam um jovem a cometer atos violentos. A situação de carência absoluta de condições básicas de sobrevivência tende a embrutecer os indivíduos, assim, a pobreza seria geradora de personalidades desruptivas. " A partir desse ... de estar numa posição secundária na sociedade e de possuir menos possibilidades de trabalho, estudo e consumo, porque além de serem pobres se sentem maltratados, vistos como diferentes e inferiores. Por essa razão, as percepções que têm sobre os jovens endinheirados são muito violentas e repletas de ódio..." ABRAMOVAY et al. (1999) é uma forma de castigar à sociedade que não lhe dá oportunidades.


A influência de grupos de referência de valores , crenças e formas de comportamento seria também uma motivação do jovem para cometer crimes.


" o motivo pelo qual os jovens...aderem às gangues é a busca de respostas para suas necessidades humanas básicas, como o sentimento de pertencimento, uma maior identidade, auto-estima e proteção, e a gangue parece ser uma solução para os seus problemas a curto prazo" ABRAMOVAY et al. (1999), assim, o infrator se sente protegido por um grupo no qual tem confiança. " Valores como solidariedade, humildade, companheirismo, respeito, tolerância são pouco estimulados nas práticas de convivência social, quer seja na família, na escola, no trabalho ou em locais de lazer. A inexistência dessas práticas dão lugar ao individualismo, à lei do mais forte, à necessidade de se levar vantagem em tudo, e daí a brutalidade e a intolerância", (MONTEIRO,2003) a influência das guangues que se aliam ao fracasso da família e da escola. A educação tolerante e permissiva não leva a ética na família. Os pais educam seus filhos e estes crescem achando que podem tudo.


É dentro das guangues ou das quadrilhas como se refere Alba Zaluar que os jovens provam sua audácia , desafiam o medo da morte e da prisão. É uma subcultura criminosa marcada pela atuação masculina(ZALUAR, 1992, p.27).


O indivíduo enfrenta uma grande oferta de oportunidades: o uso de drogas, uso de bebidas alcoólicas, uso da arma de fogo aliada a inexistência do controle da polícia , da família e comunidade tornam o indivíduo motivado a concluir o ato delitivo. " Carências afetivas e causas sócio-econômicas ou culturais certamente aí se misturam, para desembocar nestas atitudes" . (COLOMBIER,1989,p.35) . " A Disponibilidade de armas de fogo e as mudanças que isso impõe às comunidades conflituosas, contribuindo para o aumento do caráter mortal dos conflitos nas escolas " ABRAMOVAY ; RUA


( 2002, p.73) " a falta de policiamento agrava a situação na medida em que a polícia pode ser sinônimo de segurança e ordem" ABRAMOVAY ; RUA ( 2002, p.337)


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ABRAMOVAY, Miriam; RUA, Maria das Graças - Violência nas escolas. Ed.Unesco, doações institucionais.


ABRAMOVAY, Miriam ; et alli - Guangues , galeras, chegados e rappers. RJ, Ed. Garamond , 1999.


COLOMBIER,Claire; MANGEL,Gilbert; PERDRIAULT,Marguerite . A violência na escola. São Paulo, Ed.Summus,1989.


GUIMARÃES, Eloisa. Escola, Galeras e Narcotráfico. Ed. UFRJ.


SILVA,Aida Maria Monteiro. EDUCAÇÃO E VIOLÊNCIA: qual o papel da escola? www.dhnet.org.br/inedex.htm, 2002


SILVA,Aida Maria Monteiro. A VIOLÊNCIA NA ESCOLA : A PERCEPÇÃO DOS ALUNOS E PROFESSORES. www.dhnet.org.br/inedex.htm, 2002


ZALUAR, Alba (org). Violência e educação. São Paulo, Cortez editora, 1992


[1] Aida SILVA , EDUCAÇÃO E VIOLÊNCIA:

qual o papel da escola
? www.dhnet.org.br/inedex.htm, 10/01/2003



http://www.artigonal.com/educacao-artigos/violencia-escolar-729041.html


Perfil do Autor

Pedagoga/Criminóloga da Comumviver – Escola especializada

Professora da Rede Estadual MG – Escola especializada

Diretora Pedagógica – Colégio SEAL BH/MG –Ensino Regular/inclusivo

sábado, 23 de julho de 2011

Pós-Graduação à Distância IFGe/INISANTA em Tubarão/SC

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quinta-feira, 21 de julho de 2011

CURSO: LUDIC'IDADE E SUAS POSSIBILIDADES NA EMEB SÃO MARTINHO

Foi realizado na EMEB São Martinho o Curso: LUDIC'IDADE E SUAS POSSIBILIDADES: Brincar Aprendendo & Ensinar Brincando.
Segue a organização do curso:

Público alvo: professores que atuam com Educação Infantil, Professores de Ensino Fundamental (1º ao 9º ano) incluindo os Professores de Educação Física, Educação Religiosa, Artes, Inglês e interessados na área.

Objetivo: O Curso de Ludic’idade e suas possibilidades: Brincar aprendendo & Ensinar Brincando - para professores de Educação Infantil e Anos Iniciais, tem como objeivo, evidenciar o importante papel do lúdico enquanto campo teórico e vivencial no desenvolvimento infantil e recurso facilitador do processo ensino-aprendizagem, capaz de desenvolver habilidades cognitivas, afetivas, físicas e sociais importantes para formação integral da criança.

Organização do curso: foi dividido em quatro temas que foram desenvolvidos em quatro oficinas, com 5 horas cada. As oficinas foram realizadas de 18 à 21 de Julho de 2001, no período da tarde com uma carga horária de 20 horas-ala.

Dia e horário das oficinas:
18/07 – 13h00 às 18h00 – 1ª Oficina: Ludic’idade Escolar: Jogos, Brinquedos e Brincadeiras.
19/07 – 13h00 às 18h00 - 2ª Oficina: Ludopsicomotricidade na Escola: Educação Infantil e Ensino Fundamental(1º ao 5º ano).
20/07 – 13h00 às 18h00 - 3ª Oficina: Elaboração de materiais ludo-pedagógicos para Educação no Trânsito.
21/07 – 13h00 às 18h00 – 4ª Oficina: Elaboração de materiais ludo-pedagógicos para prevenção às drogas e à violência escolar - Bullying.

Agradeço o apoio da Direção e à participação dos professores no curso. Parabéns à todos.

FOTOS
Preparando o local do curso






Apresentando as oficinas








1ª Oficina: Ludic’idade Escolar: Jogos, Brinquedos e Brincadeiras










2ª Oficina: Ludopsicomotricidade na Escola: Educação Infantil e Ensino Fundamental(1º ao 5º ano).














3ª Oficina: Elaboração de materiais ludo-pedagógicos para Educação no Trânsito





4ª Oficina: Elaboração de materiais ludo-pedagógicos para prevenção às drogas e à violência escolar - Bullying









O grupo de professoras





sexta-feira, 15 de julho de 2011

Lista de filmes sobre Bullying

Sugestão de alguns filmes para que possam compreender melhor esta temática:

Elefante - o filme narra o ataque que dois estudantes fizeram a uma escola secundária do Oregon, matando dezenas de alunos, com um arsenal de armas automáticas. A questão do bullying é tratada como um detalhe pequeno, mas está lá. Concentra-se no ato final, de vingança fria e desapaixonada. O título refere-se à facilidade de ignorar um 'elefante' simbólico na sala, apesar do seu tamanho, mas que está sempre prestes a mover-se.

Klass - numa escola da Estônia, um garoto inteligente de 16 anos é perseguido por um grupo de valentões, sob a complacência da classe. Um segundo outro aluno acaba por se envolver, vendo-se obrigado a defendê-lo. Talvez por ser uma sociedade tão diferente da nossa, onde a violência é invisível, as reações dos adolescentes parecem excessivas, que vão num crescendo até ao final trágico.

Cuidado com o Meu Guarda-Costas - clássico do bullying de 1980, numa visão bem americana. Um rapaz pacífico vê-se em dificuldades para adaptar-se à nova escola, onde um valentão (Matt Dillon) costuma extorquir os colegas por dinheiro. Para se defender, ele contrata um grandalhão desajustado, de quem até os professores tem medo, mas logo a relação dos dois se desenvolve em amizade.

Evil, Raízes do Mal - um rapaz atormentado de 16 anos, tratado com violência pelo padastro, também trata os seus colegas da escola com violência e acaba por ser expulso da escola pública. É enviado para uma prestigiada escola privada, onde sabe que terá a sua última oportunidade de regeneração. Lá chegando tem que confrontar-se com os códigos e as humilhações dos estudantes veteranos, arriscando a sua expulsão.

Bully - Nick Stahl é o riquinho valentão, que vive abusando fisicamente os colegas. Até que o seu melhor amigo decide vingar-se dele juntamente com a namorada, atraindo-o para o pântano e espancando-o até a morte. Algumas das crianças tentam tomar o lugar dele, enquanto a comunidade se divide entre condenar e reconhecer que ele teve o que merecia.

Kes - um menino inglês vive num bairro pobre e é constantemente violentado em casa e ridicularizado na escola. Ele encontra uma forma de se abstrair da dura realidade, treinando um falcão, o Kes. Aos poucos ele encontra sentido para a sua existência.
Carrie, a Estranha - Sissy Spacek é uma menina estranha, vive isolada com a mãe e não consegue socializar-se na escola, onde é constantemente ridicularizada pelos colegas, até a humilhação máxima no baile de formatura. O que eles não sabem é que ela tem poderes paranormais e vai canalizar todo seu ódio vingando-se.

Carrie, a Estranha - Sissy Spacek é uma menina estranha, vive isolada com a mãe e não consegue socializar-se na escola, onde é constantemente ridicularizada pelos colegas, até a humilhação máxima no baile de formatura. O que eles não sabem é que ela tem poderes paranormais e vai canalizar todo seu ódio vingando-se.

Te Pego lá Fora - um rapaz simpático e tranquilo vai entrevistar um novo aluno para o jornal do colégio. Acontece que ele é um brutamontes psicopata, que não suporta ser tocado e é exactamente o que ele faz. Desafiado para uma luta logo após a aula, no estacionamento, a vítima tentará de tudo para evitar sua 'execução' com hora marcada.

Deixe Ela Entrar - num subúrbio de Estocolmo, um rapaz frágil de 12 anos é constantemente abusado pelos colegas e sonha com uma vingança. Quando ele conhece a sua vizinha, uma vampira que aparenta ter a sua idade, com quem irá envolver-se e que vai defendê-la dos ataques.
Meu Nome é Drillbit Taylor - três rapazes, no 1ºdia do colégio são perseguidos pelo valentão da escola. Juntos decidem contratar um guarda-costas profissional - Owen Wilson. Mas ele é um trapalhão que os coloca em maiores confusões e ainda e tenta enganá-los com os treinos mais esdrúxulos.

Meu Nome é Drillbit Taylor - três rapazes, no 1ºdia do colégio são perseguidos pelo valentão da escola. Juntos decidem contratar um guarda-costas profissional - Owen Wilson. Mas ele é um trapalhão que os coloca em maiores confusões e ainda e tenta enganá-los com os treinos mais esdrúxulos.

Bullying - Jordi é um rapaz de 15 anos que recentemente perdeu o pai e, juntamente com a sua mãe, decide mudar de cidade para começar uma nova vida. E no princípio tudo parecia ir bem. Mas o destino vai reservar um choque na sua nova escola…

Sexta-feira, 23 de Abril de 2010
http://bullyingap2009.blogspot.com - 14/07/2011

listas de 10: 10 Filmes sobre Bullying (Abuso na Escola)

listas de 10: 10 Filmes sobre Bullying (Abuso na Escola)

terça-feira, 12 de julho de 2011

Proerd forma turma de pais

Tenista Gustavo Kuerten destaca atuação do Proerd durante visita a Campos Novos


Campos Novos , 06-07-2011

O tenista Gustavo Kuerten, mais conhecido como Guga, esteve no município de Campos Novos entre os dias 04 e 05 de junho de 2011 visitando um dos projetos que o IGK - Instituto Guga Kuerten apoia, na escola municipal Waldemar Rupp.
O Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) é parceiro da escola e também de projetos que visam a melhoria da qualidade de vida dos jovens, desenvolvendo suas potencialidades através da prática esportiva.
Na oportunidade, o tenista Guga parabenizou a Polícia Militar de Santa Catarina pelo programa Proerd, destacando a importância do policial militar estar inserido na comunidade educativa.

(As informações são da soldado Katia Kunen – Aux.P-5/3ª/26° BPM :: Foto: divulgação :: Publicado por soldado Ezequiel Onedi Debortoli – Centro de Comunicação Social)

Fonte: http://www.pm.sc.gov.br/website/redir.php?act=1&id=10593

O PROERD como sociabilidade alternativa

Jovens e Drogas: o PROERD como sociabilidade alternativa, enquanto policiamento comunitário; uma solução para o combate ao uso e abuso de drogas nas escolas públicas estaduais, municipais e privadas do Estado de Minas Gerais

Alexsandro Rodrigues de Oliveira- Belo Horizonte/2010

Artigo apresentado à Faculdade Dom Helder Câmara, sob a orientação do prof. Frederico, como parte das exigências para a conclusão do curso de Pós-graduação em Polícia Comunitária e Segurança Cidadã.


1. INTRODUÇÃO

Criado nos Estados Unidos em 1983, o Programa Educacional de Resistência às Drogas – PROERD – é a versão brasileira do programa norte-americano Drug Abuse Resistance Education – D.A.R.E. No Brasil o programa foi implantado em 1992 e hoje conta com 03 cursos: Proerd para 4ª e 6ª séries do ensino fundamental e Curso Proerd para os Pais.
O Proerd é aplicado por policiais militares, fardados, e devidamente capacitados não podendo ser aplicado por nenhuma outra pessoa que fuja ao perfil pré-estabelecido para se tornar um instrutor do referido programa. As aulas são padronizadas e os instrutores não devem ministrá-las em discordância com tal padrão.
A formação de um instrutor do Proerd é realizada por mentores, sendo estes treinados por uma equipe norte americana no curso “Menthor Officer”.
A formação de um instrutor do Proerd conta com uma equipe de especialistas como pedagogos, psicólogos e outros da área de saúde, podendo ser farmacêuticos e/ou psiquiátras.
Apesar de ser aplicado por policiais militares fardados, o Proerd não é um programa criado pelas Polícias Militares do Brasil, mas é concebido como umas das ações da Política Nacional Sobre Drogas – PNSD, implementado de acordo com o art. 5º do decreto nº 3696 de 21 de dezembro de 2000.
Sendo assim, à luz do Proerd, este artigo vem tratar as drogas a partir de suas propriedades simbólicas, ou seja, seu efeito na cultura, e o seu efeito no dia-a-dia das pessoas, pais e mães de famílias, que deveriam mudar o quadro social do seu país através de uma postura sóbria.
Estudos apontam, principalmente através de Freire (2008), que a razão pela qual o quadro social brasileiro é tão manchado pelo sangue dos fracos e descamisados é devido aqueles que deveriam ir às ruas para gritar em altos brados pelos seus próprios direitos exigindo justiça, se entregam ao uso e abuso de drogas (lícitas e/ou ilícitas) e vivem enfurnados nos “botequins” ou caídos pelos ruas e vielas das grandes e pequenas cidades sob os efeitos das referidas drogas.
Para Freire (2008) o pior é que tal procedimento, que antes era tão comum somente em pais de famílias tem atingido também as crianças e adolescentes. É assim que uma pessoa se torna sujeito da autonomia do outro.
Sanchez (1982) diz que, ao contrário do que acontecia num passado não muito distante (meados dos anos 80) as crianças e adolescentes brasileiras estão, cada vez mais cedo, se enveredando no caminho alternativo das drogas. Ele explica que tais caminhos são alternativos, pois quando se é criança e/ou adolescente a vida abre um leque de oportunidades para todos. À medida que se vai vivendo novas oportunidades de vida vão surgindo como se um cardápio fosse aberto deixando à mostra suas opções. As drogas, também, fazem parte desse cardápio e podem ser classificadas em drogas lícitas ou ilícitas. As drogas lícitas são as bebidas alcoólicas, cigarros e medicamentos farmacêuticos. Por serem lícitas essas drogas podem ser encontradas em diversos pontos comerciais e são as portas de entrada para o uso e abuso das drogas ilícitas que são: maconha, cocaína, crack, LSD e ecstasy, dentre outras.
Sanchez (1982) acredita que, na maioria dos casos de usuários de drogas ilícitas, quem prepara as crianças e adolescentes para o uso, abuso e tráfico de drogas são os próprios pais e/ou parentes, quando pedem crianças para comprar bebidas alcoólicas, cigarros e até mesmo medicamentos de uso controlado, mesmo sabendo que existem leis que proíbem a venda de tais produtos para menores de 18 anos de idade.
Pensando em proteção foi criado no Brasil, o ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente que define crianças e adolescentes como cidadãos sujeitos de direitos exigindo assim, uma maior mobilidade do estado social de direito em prol de sua proteção.
Para melhor esclarecimento, o Estatuto da Criança e do Adolescente, ECA, define crianças e adolescentes, da seguinte forma:
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescentes aquelas entre doze e dezoito anos de idade.
Já o artigo 81 do mesmo Estatuto, a cerca da venda de produtos que possam causar dependência às crianças e adolescentes, diz, in litteris:
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:
II - bebidas alcoólicas;
III – produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que por utilização indevida.
Sendo assim, os traficantes acabam pegando, na verdade, é uma mão de obra totalmente qualificada pelos próprios parentes. Essas relações reforçam e estabelecem hábitos concernentes ao uso indevido de drogas, como fumar, consumir excessivamente bebidas alcoólicas e outras substâncias químicas .
Essa atitude dos pais fere o art. 15 do ECA:
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoa humana em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na constituição e nas leis.
Embora o contexto relacionado ao consumo de drogas no Brasil, e por extensão em Minas Gerais, ainda seja pouco conhecido, os estudos disponíveis apontam que o álcool, o tabaco e alguns medicamentos psicotrópicos são as drogas mais consumidas e responsáveis pelos maiores índices de problemas nas áreas de saúde pública, educação e segurança, dentre outras (NOTO & GALDURÓZ, 1999).
Diante de tal contexto, surge o PROERD, como Programa Educacional de Resistência às Drogas, com a finalidade de prevenir o uso indevido de drogas no âmbito da Rede Estadual, Municipal e particular de ensino, não só de Minas Gerais, mas em todo o país, no sentido de situar o papel da Polícia, pais e escolas neste quadro formando a tríade educacional de prevenção e proteção às crianças e adolescentes fazendo cumprir o art. 18 do ECA, que diz:
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
Então, para um melhor entendimento sobre o Proerd foram analisadas as seguintes escolas da região de Contagem: Escola Municipal Pedro Pacheco; Escola Municipal Domingues Diniz; Escola Municipal Josefina de Souza Lima; Escola Municipal Maria Olintha e Escola Estadual Padre Camargos.
Levando em consideração que, o Proerd é aplicado preferencialmente nas Escolas públicas Estaduais, Municipais, e se houver “vagas” poderá ser aplicado em Escolas particulares, necessariamente nesta ordem. São nas escolas públicas que mais freqüentemente encontramos as crianças e adolescentes vítimas dos descasos sociais.
A seleção das Escolas poderá ser feita pelo próprio Instrutor ou pela solicitação, através de ofício, dos diretores das respectivas Escolas. Contudo, a seleção deve priorizar as Escolas que estão em área de risco.
Parafraseando Marx (1844) talvez a criação do PROERD seja a criação do “ópio” que entorpecerá os jovens e alegrará os pais com uma falsa idéia de que o sistema político brasileiro está realmente preocupado com a inserção do grande número de crianças e adolescentes que, tão precocemente, estão se envolvendo com as drogas.
O PROERD encanta muito mais esse tipo de criança. Nascidas e criadas em aglomerados, sonhando com uma vida melhor e mais confortável, numa lição chamada “Janela dos Sonhos”, os filhos dos aglomerados depositam todos os seus sonhos num pedaço de papel, como se estivessem escrevendo uma cartinha para o Papai Noel.
Quando descobrem que o Papai Noel não vem e nunca virá passam a viver a dura realidade. Depositam suas esperanças em grupos formadores de opiniões, que, dependendo de onde vêm, por suas vezes depositam suas esperanças nas drogas e na prática da violência.


1.1 AS DROGAS COMO UM PROBLEMA SOCIAL

Rodrigues (2003) lembra que diariamente tem sido noticiado pelos diversos meios de comunicações, crianças que são mortas em razão do tráfico de drogas. Tais fatos tem se tornado atos de repercussões nacionais, uma vez que são crianças e adolescentes quem estão morrendo. Crianças que deveria estar freqüentando uma escola, sendo tratadas com carinho, respeito e dignidade estão sendo encontradas mortas em valas, açudes e matagais. Tais chacinas recebem o nome de acertos de contas.
Rodrigues (2001) diz ainda que tais notícias, além de serem trágicas são motivadoras para o fortalecimento dos traficantes e dos demais marginais, ao mesmo tempo em que são aterrorizantes para quem as ouvem.
Para ele, os ouvintes começam a perceber que a impunidade tem sido muito grande e que somente a repressão através da força policial não está sendo suficiente para combater o crescente índice de criminalidade.
E que, quem tem acompanhado os noticiários de chacinas e mais chacinas de crianças e adolescentes têm sentido na pele a insuficiência da ação da polícia tradicional, que cansa de prender marginais, sobem e descem aglomerados durante vinte e quatro horas por dia, inegavelmente trabalhando muito, porém de maneira insuficiente.
As drogas se tornaram um problema social, e problemas sociais se combatem com educação e, não com repressão.
Peter L. Berger identifica o surgimento da injustiça social nos dias de hoje de uma forma sociológica. Ele diz que, o crescimento da injustiça social está intimamente ligado ao desenvolvimento econômico da população que traz consigo, conseqüentemente, a modernização. A modernização trouxe à população a banalização do se importar com o outro, enquanto pessoa humana que é. O homem se tornou máquina de produção. O homem que não produz é considerado uma máquina estragada que deve ser descartada.
Contudo, a máquina que é descartada para o trabalho e/ou convivência social, não é descartada no momento de ir às urnas para “depositar a sua esperança”.
É sabido que aqueles que são desprovidos de força política e jurídica para se defender se apóiam no uso e consumo de drogas para tentar disfarçar a fome que sente e/ou para anestesiar a dor de ter que conviver com a miséria na qual vivem os seus filhos.
FREIRE (2008) atesta que os problemas sociais vividos no Brasil têm suas raizes na deficiência da formação do cidadão, pois, há muito tem se aprendido que ensinar é o ato de transferir conhecimentos ao invés de se enxergar que ensinar é a ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Portanto, ensinar, de acordo com FREIRE é algo mais que um verbo transitivo-relativo. Desta forma, ensinar é reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade e sua insubmissão.
Para Abramovay (2002), são as desigualdades sociais que as crianças e adolescentes a cometerem atos violentos. A situação de carência absoluta, a falta de um mínimo de infra-estrutura para uma moradia descente tende a embrutecer os indivíduos. Seria, então a pobreza a geradora de personalidades corrompidas. É na pobreza que nasce a revolta contra aqueles que são endinheirados; que surgem as perguntas, tais como: porque “ele” tem eu não tenho? Porque não ter isto ou aquilo? E assim sucessivamente.
Abramovay (2002), diz ainda que a influência de grupos de referência de valores, crenças e forma de comportamentos seriam, também, motivações para o uso de drogas e cometimento de crimes. Tais grupos, desprovidos de homogeneidade cultural e racial se ajuntam em torno de algo em comum, ou seja, o uso de drogas e cometimento de crimes.
Augusto (2007) diz que, além de crimes e uso de drogas, os grupos de referência levam também menores a iniciação sexual precoce, onde jovens costumam ter sua primeira relação sexual logo após a menarca, o que ocorre aproximadamente aos 14 anos de idade. Levando em consideração que a idade média da menarca é de 12 anos de idade. Assim nasce um circulo vicioso, onde a mãe gera uma criança na idade de ser criança. Esta criança, sem uma formação decente acaba mantendo intacto o elo do circulo vicioso da subcultura.
O Brasil, segundo pesquisadores é um dos países mais flexíveis do mundo. A falta de homogeneidade ética e racial faz do Brasil um país multicultural por vocação.
Segundo Pinsky & Bessa (2004), nos últimos anos houve um aumento significativo e notório no consumo de substâncias psicotrópicas em todo o mundo e principalmente nos países em desenvolvimento como o Brasil. No entanto, a resposta para isso varia muito de país para país. As políticas públicas de prevenção são múltiplas assim como o nível do debate público a respeito do tema (abuso de drogas).
Segundo Minayo & Deslandes (1998), não se pode considerar dependente quem usa drogas ocasional ou recreacionalmente; é um erro apontar usuário como um dependente potencial.
Para Rodrigues (2003), ao contrário do que afirmam os autores acima, o trabalho de prevenção do PROERD é no sentido de que, as crianças sequer experimentem uma única vez que seja, qualquer tipo de droga, sendo ela lícita ou ilícita devido ao risco de tornarem dependentes na primeira vez que usarem como no caso do “crack”.
O uso de drogas muitas vezes associado à pobreza, leva a um considerado aumento do índice de criminalidade.


1.1.1 As configurações regionais do uso de drogas por crianças e adolescentes

A região de Contagem se destaca na prática do uso e abuso de drogas por crianças e adolescentes. Tendo como o centro urbano de tais práticas a região do Eldorado. Nesta região há um grande centro comercial com predominância para barzinhos e casas de shows. Em outras palavras é o local onde as pessoas vão para se mostrar, verem e serem vistas. Barzinhos lotados, mesas cheias de garrafas vazias demonstrando a abundância do álcool consumido, e muitos carros de várias marcas e modelos exibindo a potência de seus sons, delimitam ao som dos “pancadões” um falso poder aquisitivo ao mostrarem o que nunca tiveram – dinheiro em abundância. O que vale é momento vivido.
Foram analisados os alunos das seguintes escolas da região de Contagem: Escola Municipal Pedro Pacheco; Escola Municipal Domingues Diniz; Escola Municipal Josefina de Souza Lima; Escola Municipal Maria Olintha e Escola Estadual Padre Camargos. Todas essas escolas vivem a pressão de traficantes que assediam seus alunos em busca de mão de obra barata.


1.1.2 Um sonho de criança

Certa vez, uma criança depositou na caixinha de perguntas do PROERD uma cartinha, cujo conteúdo relatava o sonho de, quando crescer se tornar uma grande fazendeira. Ao ser perguntado sobre o propósito de se tornar fazendeira a criança revelou: “É para que eu possa tomar leite todos os dias...”.
A criança mencionada é moradora do aglomerado do “marimbondo” e estudante da 4ª série da Escola Estadual Pedro Pacheco.
Certamente a palavra “aglomerado” gerou muitos votos e créditos para quem a criou, defendeu e sustentou. Porém é necessário que se saiba que não é o nome que muda a realidade de um povo, mas são as ações do governo em prol daqueles que não tem como se defender.
Os problemas não são uniformes em todos os locais de Contagem. Há diferenças nas áreas denominadas como “bocas”comparadas ao agenciamento de menores (crianças e adolescentes) em outros locais como PPL – Pedreira Prado Lopes e ventosa, aglomerados da região da capital, Belo Horizonte.
Foram constatadas duas realidades distintas, quando comparada a região do Eldorado, na cidade de Contagem, com a cidade de Belo Horizonte, nos aglomerados da PPL e ventosa. Uma delas se refere a meninos que vivem nas ruas e recorrem ao tráfico de drogas ou a ele se submetem como forma de sobrevivência. A outra diz respeito ao agenciamento de crianças e adolescentes, em estabelecimentos de ensino públicos e particulares.
As escolas têm sido a “drogolândia”, aquele ambiente seguro, onde os alunos têm toda a liberdade possível para o comércio e consumo de drogas.
Para Antoniazzi (1998) a falta de motivação para os estudos combinado ao pouco interesse de investir na realização pessoal, a busca de novidade a qualquer preço, a baixa oposição a situações perigosas, a rebeldia constante associada à dependência dos pais são fatores preponderantes para a entrada no fantástico mundo do uso, abuso e comércio de drogas. O excesso de oferta naturaliza o uso contínuo de drogas por crianças e adolescentes. Outra tendência muito comum é a absolutização do papel da mídia como fator de risco, as propagandas de bebidas alcoólicas mostram imagens muito favoráveis ao consumo das drogas lícitas. Todavia, segundo Schenker et al., (2005) a mídia não pode ser “demonizada” uma vez que retrata a cultura vigente, nenhuma propaganda por si só atinge o efeito demoníaco de persuasão, mas, em parceria com a família e com a própria escola onde existem professores usuários de algum tipo de droga lícita, há então, uma combinação perfeita para o recrutamento de crianças e adolescentes no mundo das drogas sendo elas lícitas ou ilícitas.
Daí a necessidade de se criar um fator de proteção para as crianças e adolescentes. Pois, sem um referencial os jovens erram muito mais ao trilhar os caminhos das drogas, caminhos estes traçados pelos próprios traficantes.


2. O PROERD ENQUANTO FATOR DE PROTEÇÃO

Proteger é uma noção que faz parte das relações primárias e do universo semântico das políticas sociais, significa oferecer condições de crescimento e desenvolvimento para pessoas em formação.
Desta forma surge o PROERD como programa educacional de resistência às drogas. Nascido nos EUA em 1982 com nome de DARE (Drug Abuse Resistence Education), esse programa tem sido considerado mais um fator de proteção às crianças e adolescentes no combate preventivo ao uso e abuso de drogas.
O PROERD é um fator de proteção que conta com a parceria da Polícia Militar, família escola.
Araújo (2006) diz que o âmbito familiar têm sido potencialmente forte e durável para o ajustamento infantil. É dentro de casa que a criança e adolescente recebe a base educacional para iniciação do período estudantil. A criança reproduz na escola aquilo que vive no seu lar, filhos de pais violentos têm a tendência de serem violentos também na escola. Inúmeros estudos mostram que os padrões de relação familiar, a atitude e o comportamento dos pais e irmãos são projetados além dos muros das residências pela criança e pelo adolescente.
Araújo (2006) diz ainda, que a escola é um poderoso agente de socialização da criança e adolescente, onde diversas famílias estão representadas através de seus filhos, portanto é o lugar escolhido pela Polícia Militar para montar o palco educacional de resistência às drogas e violência.


2.1 Processo de seleção para se tornar instrutor do Proerd

Rodrigues (2003) diz que há todo um processo para se tornar um instrutor do Proerd. A primeira e importante observação é se o candidato a instrutor é usuário de bebidas alcoólicas e/ou produtos a base de tabaco ou não. Tal observação se torna importante, pois todo o “bom mestre” ensina muito mais com os seus bons ou maus exemplos do que com sua fala expositiva.
O segundo passo é levar os instrutores para um confinamento, onde na presença de vários psicólogos e pedagogos é tentado buscar a veracidade daquilo que o candidato apresentou para conquistar a vaga no curso de instrutores.
O terceiro e último passo é a realização do curso, onde durante todo o processo cada militar é avaliado em tudo o que diz e faz. Sendo assim, alguém pode ser eliminado até no dia da formatura.


2.2 Problemas mais comuns enfrentados pelos instrutores do Proerd do Estado de Minas Gerais

Foi realizado um seminário Estadual dos instrutores do Proerd nos dias 17 e 18 deste mês de novembro, onde as reclamações foram gerais nos seguintes aspectos: falta de apoio dos comandantes e chefes diretos além dos problemas logísticos e desvio de função.
Analisando Freire (2008), fica fácil constatar que, longe de ser um Programa Educacional, o PROERD, é um tapa-buracos de resposta governamental para a questão do uso e abuso de drogas pelas crianças e adolescentes que vivem nos aglomerados – porque não dizer favelas? É porque “aglomerado” é a maneira politicamente correta de demonstrar que os descamisados se ajuntaram onde puderam e conseguiram ficarem mais próximos dos poderosos com a esperança de, um dia, serem lembrados e poderem experimentar o “justo prato” da justiça social.
Para Freire (2008) é muito fácil entrar numa sala de aula e dizer para aquelas crianças e adolescentes que as drogas são prejudiciais a saúde. Difícil é se colocar no lugar delas e procurar entender o porquê de elas usarem drogas; difícil é se colocar no lugar delas e tentar viver como muitas delas vivem, ou seja, com apenas uma refeição diária, e essa refeição na maioria das vezes é a merenda da escola. Tente imaginar agora tendo apenas uma alimentação por dia, e esta sendo a merenda da escola e, na hora de merendar você descobre que o prato do dia será “arroz doce”. Só ficará fácil de entender essa situação, quando você tentar matar a sua “fome” com um prato de “arroz doce”, levando em consideração que as necessidades diárias de um organismo exigem todas as vitaminas que o corpo precisa para funcionar bem. O resultado acaba sendo a desnutrição. Pois, ensinar exige bom senso, e será impossível fazer um aproveitável uso do bom senso, enquanto se estiver confundindo autoridade com autoritarismo.


2.2.1 Entre o texto e o contexto: o Proerd que “ninguém” vê (grifo meu)

O que é o PROERD? Com tanta miséria, tanta fome, tanta “sacanagem” acontecendo do Brasil, surge à pergunta: o que é o PROERD? Talvez o PROERD seja mais uma sacanagem...
O PROERD é a vitrine através da qual, muitas pessoas querem aparecer, à custa da fome e a miséria das crianças que, verdadeiramente precisam de proteção e cuidados sociais. Quem vê uma criança carente sorrir, não imagina a dor que ela guarda no peito. A dor do abandono do pai que saiu de casa ou o pai que ela nunca conheceu; a dor do descaso governamental para crianças que vivem nas favelas sem saneamento básico condizente com a dignidade humana; a dor de ser molestada sexualmente por quem tenta tirar proveito do seu estado de pobreza e carência humana, isto, quando não são molestadas sexualmente por seus próprios parentes ou até mesmo pelos seus próprios pais.
Atrás do sorriso de um aluno do PROERD, existe uma criança molestada em seus sonhos, sua honra, seu direito de ser criança e seu direito de ser feliz.
Como se não bastasse o paradoxo onde a comunidade denuncia e critica os feitos da polícia tradicional, enquanto elogia e aplaude os trabalhos realizados pela Polícia Militar através do Proerd surge uma queda de braços, interna, entre alguns oficiais da Polícia Militar que não concordam com tal atividade sendo exercida por soldados, cabos e sargentos da PM. E, se tal programa ainda se encontra em evidência no Estado de Minas Gerais é porque a cabeça pensante e defensora ferrenha de tão importante programa é ninguém menos que o Coronel Renato Vieira de Souza, comandante geral da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais .
Analisando Augusto (2007), percebe-se que diante da posição do Comandante Geral surge a guerra fria e velada contra os instrutores do PROERD, com raríssimas exceções, obviamente. A guerra é fria e velada respeitando um ditado popular muito usado dentro dos quartéis “manda quem pode e obedece quem tem juízo”. Então, para não dizer “NÃO” ao Comandante Geral colocando em risco as “suas” próprias cabeças, surge à guerra fria e velada, da seguinte forma: Não disponibilizam viaturas para os instrutores; não permitem que os instrutores usem de seus “direitos” de gozar férias-prêmio no período de férias escolares; sendo os instrutores, sargentos, não recebem elogios, notas meritórias ou quaisquer outras menções honrosas, importantes para suas promoções na carreira; constantemente são convidados a prestarem contas de suas atividades (mesmo tendo um cronograma tão claro) e muitas outras atrocidades mais, as quais sendo reveladas farão com que este artigo se torne um livro.
Para Freire (2008), o fato de existir Batalhões da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, onde os coordenadores do PROERD delimitam até o tempo em que cada instrutor deve permanecer em sala de aula de uma determinada escola fere a autonomia do instrutor, além de desrespeitar a capacidade de aprendizado de cada educando. Então, uma atividade que deveria ser prazerosa e de tão prazerosa produtiva e saudável, principalmente para as crianças e adolescentes torna-se uma “fôrma de bolo” e perde a essência do que deveria ser o PROERD. Para Freire (2008), ensinar exige disponibilidade para o diálogo, portanto o tempo e a paciência são fundamentais na arte de ensinar.
2.2.2 Problemas externos do Proerd
Uma vez não tendo como se deslocar para a escola que será atendida pelo PROERD, o instrutor se faz valer de meios próprios para se locomover de uma escola à outra.
Utilizando seu próprio veículo, com todos os desgastes naturais, que o uso de qualquer veículo está sujeito como desgaste de pneus, óleo, gasolina e etc., o instrutor enfrenta na maioria das vezes o problema de não ter onde estacionar o seu veículo deixando-o, na maioria das vezes, na rua, contando com a sorte para que seu veículo não seja roubado ou arrombado.
Ao chegar à Escola, costuma acontecer de os alunos que deveriam ter aula do PROERD, naquele dia, estar nalguma excursão ou outra atividade que impossibilita o instrutor de cumprir com a sua missão. A escola, na pessoa de seus diretores e supervisores, simplesmente deixa de avisar o policial PROERD, que acaba perdendo a “sua caminhada”, assim como tomando prejuízos financeiros em razão da caminhada perdida.
Quando o policial do PROERD chega à escola e encontra os alunos prontos para assistirem as aulas, o desenvolvimento do programa acaba sendo comprometido pelas interrupções contínuas de qualquer funcionário da respectiva escola querendo que o policial Proerd interfira na atitude anti-estudantil de algum aluno, que desacata algum professor (a) e/ou funcionário (a) de tal estabelecimento de ensino.
Já houve caso de um policial PROERD ser acionado por uma jovem professora, em razão de um aluno tê-la chamada de “gostosa”, enquanto ela escrevia na lousa.
Da mesma forma, já houve caso de um instrutor ser acionado, tendo que interromper as aulas do PROERD, em razão de um aluno não querer fazer as atividades em sala de aula.
A maioria das Escolas que solicitam a aplicação do PROERD não solicita o programa por achar importante e fundamental que as crianças e adolescentes fiquem longe das drogas. Solicita o PROERD, por perceberem que esta é uma grande oportunidade se ter um policiamento “particular” dentro da escola. Neste caso, o policial PROERD se torna pedagogo, diretor, professor, orientador e disciplinário da Escola, menos instrutor do PROERD.


2.2.3 O policial PROERD como o Severino (o quebra-galho)

Há ocasiões em que o Instrutor PROERD se torna o “Severino” (o quebra galho). O professor, aproveitando que o policial chegou à sala de aula sai para resolver seus problemas particulares contrariando a diretriz do PROERD, que diz que o professor deve permanecer em sala de aula, junto com o instrutor, durante as aplicações das lições, pois, quem deve cuidar da disciplina dos alunos é o professor e, não o instrutor .
Aconteceu em uma Escola de BH que, certo professor, contando com a aula do PROERD para aquele dia, exatamente no horário em que ele deveria estar em sala, simplesmente aproveitou para resolver os seus problemas chegando mais tarde naquela Escola (por sua conta e risco). Porém, naquele dia, o policial PROERD não pôde comparecer à referida escola por motivos de saúde. Então, ao ser indagado pelo diretor, que naquela ocasião era um interventor, o professor simplesmente culpou o instrutor do PROERD pelo fato de os alunos terem ficado sem aula.
O professor deve permanecer em sala aula pelo motivo já exposto e pelo fato de ele receber, normalmente, por aquela aula que ele não deu. Assim sendo, nada justifica a ausência do professor em sala de aula durante as aplicações das lições do PROERD.
Todavia, também há casos de o professor permanecer em sala, mas continuar quebrando os seus galhos, mesmo estando em sala, sem sequer interferir na disciplina dos alunos.


3. O PROERD NA REGIÃO DO ELDORADO - CONTAGEM

A partir do segundo semestre de 2010, as escolas da região do Eldorado, em Contagem; Escola Municipal Pedro Pacheco; Escola Municipal Domingues Diniz; Escola Municipal Josefina de Souza Lima; Escola Municipal Maria Olintha e Escola Estadual Padre Camargos, que são atendidas pela 186ª Cia do 39º BPMMG, serviram de laboratório por serem escolas que sofrem diretamente ações de traficantes, e também por estarem localizadas em área de risco.
Foi iniciada a aplicação do Proerd nas referidas escolas para crianças e adolescentes. O programa, que possui como material didático o “Livro do Estudante”, “Livro dos Pais” e o “Manual do Instrutor” auxiliando os respectivos cursando e os Policiais Proerd no desenvolvimento das lições foram iniciados no dia 02 de agosto deste ano, e já colheu os seus primeiros frutos ao afastar das portas das escolas, jovens que nada tinham para fazer em suas casas e procuravam “meninhas” em portas de escolas, além de procurar brigas com os alunos.
Rodrigues (2003) esclarece que o Proerd consiste em uma ação conjunta entre o Policial Militar devidamente capacitado, chamado Policial Proerd, professores, especialistas, estudantes, pais e comunidade, no sentido de prevenir e reduzir o uso indevido de drogas e a violência entre estudantes, bem como ajudar os estudantes a reconhecerem as pressões e a influência diária para usarem drogas e praticarem a violência, e a resistirem a elas; que o PROERD é mais um fator de proteção desenvolvido pela Polícia Militar para a valorização da vida, contribuindo, assim, para o fortalecimento da cultura da Paz e a construção de uma sociedade mais saudável e feliz. Então, os primeiros frutos colhidos nas escolas citadas atestam a eficácia do Programa Educacional de Resistências às Drogas, pelo menos num primeiro momento.
Rodrigues (2003) acrescenta ainda que antes de iniciar o Programa nas escolas deve ser feito uma reunião com a direção, e nesta reunião fica agendada outra reunião, porém com os pais, onde será explicitado o que será trabalhado com os alunos em sala de aula, além de deixar bem claro sobre a importância da participação dos pais na vida estudantil dos seus filhos, afim de que haja um acompanhamento “parceiro” entre escola, Polícia e Pais no processo de ensino aprendizagem dos alunos do Proerd em relação aos perigos que as drogas trazem para a saúde e a necessidade de se dizer não ao uso e abuso das mesmas.
Seguindo o que preconiza a diretriz do Proerd trazida à baila por Rodrigues (2003), uma semana, após ter sido feito a reunião com os pais iniciou-se o Programa, que terá a duração de dez semanas, finalizando com uma formatura com mensagens positivas, encenadas e cantadas. Nessa ocasião receberão o diploma Proerd, por conclusão do curso, desde que não tenham obtido mais de duas faltas, justificadas, durante a aplicação do Programa.
Então, um segundo fruto positivo do trabalho do Proerd nas escolas mencionadas, uma aluna, menor de 10 anos de idade, procurou o instrutor do Proerd, sargento Alexsandro, da 186ª Cia do 39º BPMMG, para lhe confidenciar que fora estuprada por seu padrasto aos 07 (sete) anos de idade. A menor não confessou esse crime nem mesmo a sua mãe. Diante dos fatos, foi acionado uma viatura, e, enquanto a viatura não chegava uma outra menor, porém de 14 (quatorze) anos de idade, também procurou o sargento Alexsandro para confidenciar que havia sido estuprada na semana anterior por um rapaz (seu vizinho) de 27 anos de idade. Neste dia houve duas capturas e conduções por estupro para o DOPCAD – Delegacia Especializada de Orientação a Criança e ao Adolescente. Fato noticiado em cadeia nacional de televisão . Como disse Freire (2008), o educador que escuta aprende a difícil lição de transformar o seu discurso, às vezes necessário, ao aluno, em uma fala com ele.


4. SUGESTÕES DE AÇÃO PARA O PROERD

Sugere-se que o PROERD seja aplicado conforme preconiza a sua diretriz: o instrutor é um “facilitador” da construção coletiva de conhecimento, um “mediador” da aprendizagem indo, assim, ao encontro das mais atuais teorias pedagógicas. Na metodologia proposta pelo Proerd, o instrutor faz a mediação das discussões dos grupos, corrigindo equívocos como novos questionamentos aos alunos, buscando que eles, em interação com seus pares, encontrem a solução. Cabe ao instrutor instigar, estimular os alunos para construírem juntos, um novo conhecimento, valorizando e colocando em primeiro plano as discussões dos alunos nas atividades realizadas nas equipes .
Os demais programas educacionais podem ser provocadores do senso crítico fazendo com que cada criança possa analisar a sua situação de vida e refletir na causa de passarem pelo o que estão passando e o que fazer para mudar a sua situação atual e também o seu futuro. Desta forma, as crianças descobririam que a ganância do desejo capitalista é a grande causa de haver tantas diferenças sociais. Elas veriam também que a principal droga causadora de tantos males sociais é a desinformação. A desinformação dos oprimidos é o desejo principal dos opressores.
O PROERD, muito mais que ensinar a resistir às drogas analisaria o porquê do uso e abuso de drogas por muitas crianças e adolescentes. Desta forma os jovens saberiam que muitas outras crianças da sua idade usam drogas para tentar disfarçar a fome, enquanto muitas outras usam por não terem uma melhor opção naquilo que chamam de vida.
Desta forma, o PROERD seria um programa de ação social, cujos braços alcançariam as crianças que estão além dos muros da escola fazendo prevalecer o que reza a diretriz do Proerd que diz no tópico 3.2.1.1 sobre necessidades preliminares, in littreis:
Deve ser firmado um convênio entre a Polícia Militar do Estado de Minas Gerais e a Secretária, Municipal de Educação e entidades particulares interessadas, podendo ser aplicado em qualquer outro estabelecimento de ensino interessado, desde que seja solicitado formalmente a qualquer Unidade que dispuser de Instrutores PROERD para desenvolver o Programa. Durante a elaboração do termo de convênio, deve ser contemplada a obrigatoriedade da presença do professor do educandário responsável pela turma em sala de aula.
Serão realizadas pelo Instrutor PROERD reuniões com autoridades, corpo docente da escola, pais e responsáveis, antes do primeiro contato com seus alunos, a fim de cientificar, estruturar e motivar toda comunidade escolar a cooperar com as ações de prevenção primária a serem desenvolvidas .
Desta forma o PROERD seria um programa formador de opiniões, assim como é a televisão, os coleguinhas da rua com toda uma pressão de um grupo, escola e etc., ao invés de ser um protótipo de forma de bolo com padrões robotizados de ações, com frases decoradas e procedimentos iguais.


5. CONCLUSÃO

Falar do Proerd é procurar compreender a situação crítica pela qual passa as crianças e adolescentes brasileiros ao longo da história desta nação. Procurou-se buscar o significado da sigla “Proerd” e sua relevância para a comunidade onde o mesmo é aplicado, além de mostrar que, mesmo com tantos problemas internos e externos os policiais instrutores do Proerd, abraçaram a causa da prevenção de tal maneira que não permitiram a extinção de tão importante programa e passam, com essa atitude, a serem um referencial de cidadão que luta em prol dos seus interesses ao invés de se entregar as drogas e a prática de violência.
Não se quis aqui, fazer uma crítica fazia e sem fundamentos. A intenção é concluir que as crianças e adolescentes não são coitadinhas, como às vezes dá a entender o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente. As crianças são e devem ser consideradas como agentes de formação. Os jovens brasileiros não são ignorantes, eles são ignorados.
De acordo com a major Sílvia, da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, em entrevista concedida a repórter Themis Marçal, da Secretaria de Justiça e do Desenvolvimento Social, o PROERD é reconhecido internacionalmente como modelo de policiamento comunitário, trazendo vários benefícios para as comunidades onde é aplicado. Possibilita que os jovens identifiquem os policiais militares como integrantes daquela comunidade, permitindo que sejam vistos como referencial positivo e modelo a ser seguido. Além disso, abre linhas de comunicação entre a Polícia Militar e a juventude, fortalecendo a parceria entre a escola, a família e a Polícia Militar.
Em Minas Gerais, nos onze anos de aplicação do Programa, já foram atendidas seiscentas mil crianças. Em 2010 temos como meta atender cento e vinte mil crianças e adolescentes da rede escolar.
O PROERD hoje está dividido em quatro currículos específicos: Currículo Educação Infantil e Séries Iniciais: trabalhamos as primeiras noções de prevenção abordando aspectos como trânsito, para quem ligar em caso de emergência, o que fazer quando se perder dos pais em locais públicos, entre outros. O material pedagógico foi especialmente desenvolvido para esta faixa etária sendo composto por cartazes coloridos e bastante lúdicos. Currículo 4ª Série de Ensino Fundamental: abordamos a metodologia da tomada de decisão, noções de prevenção ou redução ao uso de drogas, noções de cidadania, prevenção à violência, resolução pacífica de conflitos e cultura da paz.
Currículo 6ª Série do Ensino Fundamental: desenvolvemos o tema "Investindo em Sua Própria Vida" com os mesmos conceitos anteriores, porém com uma metodologia voltada para adolescentes.
Currículo Para Pais ou Responsáveis: seguindo as mais modernas pesquisas relativas à prevenção às drogas foi desenvolvido um currículo para que os pais percebam que são importantes como modelos para seus filhos, o que já representa uma grande ferramenta de prevenção.
Para o ano de 2010 estarão sendo capacitados todos os instrutores do Proerd para aplicação do novo currículo desenvolvido para jovens do Ensino Médio, e também para tratar de dois assuntos bem atuais como formação de “gangues” e sobre o “bullying”.
O Proerd foi readapitado e o novo tema será CAINDO NA REAL.
Este trabalho mostrou que há uma luz e esta luz é o Proerd. A justiça, tão esperada por todos (que dela necessita), pode acontecer sim, mas, isto só acontecerá no dia em que o homem aprender a olhar para o seu próximo da mesma forma que olha para si próprio. Não adianta dar só roupas velhas, escolas sucateadas e pão para as nossas crianças. “...eles não querem só comida...”. A necessidade principal das nossas crianças são, antes de tudo, uma boa educação recheada de carinho, atenção e cidadania. A necessidade deles exige também diversão e arte.
Este trabalho enfatizou as dificuldades encontradas para a aplicação do Proerd, para que haja concerto tanto dos policias tradicionais como do sistema político brasileiro na forma de enxergar um trabalho de prevenção, assim como é o Proerd.


6. REFERÊNCIAS

ABRAMOVAY, Miriam; CASTRO, Mary G. Drogas nas escolas. Brasil: UNESCO, 2002.
ABRAMOVAY, Miriam; CASTRO, Mary G., PINHEIRO, LEONARDO de C., LIMA, Fábio de S. E MARTINELLI, Cláudia da C. Juventude, violência e vulnerabilidade social na América Latina: Desafios para políticas Públicas. Brasil: UNESCO, 2002.

ABRAMOVAY, Miriam; RUA, Maria G. Violência nas escolas. Brasil: UNESCO, 2005.
ANTONIAZZI. Adriane S., DELL'AGLIO. Débora D.; BANDEIRA, Denise B. O Conceito de Coping: Uma revisão teórica. Revista Estudos de Psicologia (Natal), vol. 3, nº 2, July/Dec. 1998, Porto Alegre: RS, 1998.

AUGUSTO, MARIA H. O BRUNI José C. MENNA BARRETO, Maria I. : MARQUES, Nelson (org.) “Decifrando o tempo presente”. São Paulo: UNESP, 2007.

MARX, Karl. "A Contribution to the Critique of Hegel's" Philosophy of Right, Deutsch-Französische Jahrbücher, February. (en inglés), 1844.

RODRIGUES, Neidson. EDUCAÇÃO: DA FORMAÇÃO HUMANA AO SUJEITO ÉTICO. Educação & Sociedade. Campinas, Oct. 2001.

RODRIGUES, Oscar. Programa Educacional de Resistência às drogas e Violência – PROERD: Proposta de Criação de Manual para Regulamentar as Atividades em Mato Grosso do Sul, 2003. 170 fls., Campo Grande: UNIDERP, 2003. (Trabalho Monográfico)

SANCHEZ, Amauri M. T. Drogas e drogados: o indivíduo, a família, a sociedade. 2. ed. São Paulo: EPU, 1982.

SCHENKER, M.; MINAYO, M. C. S. Fatores de risco e de proteção para o uso de drogas na adolescência. Revista Ciência e saúde coletiva. v.10, n.3, Rio de Janeiro, Jul/Set. 2005.

PINSKY, I.; BESSA. M. A. Adolescência e drogas. Editora Contexto. São Paulo, 2004.
MINAYO, M. C. S.; DESLANDES, S. F. A complexidade das relações entre drogas, álcool e violência. Revista Ciência e Saúde Pública. v.14, n.1, Rio de Janeiro, Jan. Mar. 1998.


Alexsandro Rodrigues de Oliveira
Nascido em 02 de abril de 1967, Alexsandro foi criado com os avós paternos, devido a dificuldade financeira de sua mãe. Sendo filho de policial Militar estudou no Colégio Tiradentes da Polícia Militar, onde concluiu o ensino médio e, posteriormente cursou o Magistério no mesmo Colégio, na modalidade de pós-médio. Ingressou na Polícia Militar do Estado de Minas Gerais em 01 de dezembro de 1988, e, a partir de então sempre creu que a PMMG pudesse, um dia, mudar. Foi o primeiro colocado no concurso para cabos em 1993. Em 1997, aconteceu a tão esperada mudança na PM; participou ativamente do 1º movimento grevista dos militares mineiro com um firme propósito de mudar a cara da Instituição de Tiradentes. Pai de 03 lindos filhos e namorado da mulher mais linda do mundo, Alexsandro é, hoje, sargento da Polícia Militar. Possui graduação em TEOLOGIA pela FACULDADE EVANGÉLICA DE TEOLOGIA DE BELO HORIZONTE, atual Izabela Hendrix/BH (2004); Pós-graduação em Teologia Sistemática pela mesma Faculdade (2007); Pós-graduação em Polícia Comunitária e Segurança Cidadã pela Escola Superior Dom Helder Câmara (2010); Pós-graduando em Curso Integração de Competências no Desempenho da Atividade Judiciária com Usuários e Dependentes de Drogas; professor de Filosofia, História e Sociologia. É professor do PROERD - Programa Educacional de Resistência às Drogas - uma versão brasileira do programa norte-americano Drug Abuse Resistance Education - D.A.R.E, com o qual atende, ativamente, as escolas públicas e particulares da região metropolitana de Belo Horizonte.

Leia mais em: http://www.webartigos.com/articles/68838/1/Jovens-e-drogas-o-PROERD-como-sociabilidade-alternativa-enquanto-policiamento-comunitario-uma-solucao-para-o-combate-ao-uso-e-abuso-de-drogas-nas-escolas-publicas-estaduais-municipais-e-privadas-do-Estado-de-Minas-Gerais-/pagina1.html#ixzz1RSec1koM
Leia mais em: http://www.webartigos.com/articles/68838/1/Jovens-e-drogas-o-PROERD-como-sociabilidade-alternativa-enquanto-policiamento-comunitario-uma-solucao-para-o-combate-ao-uso-e-abuso-de-drogas-nas-escolas-publicas-estaduais-municipais-e-privadas-do-Estado-de-Minas-Gerais-/pagina1.html#ixzz1RSd9ldQm

propaganda_181_disquenarcodenuncia.mpg

Grupo TRadição no PROERD - www.proerdBRASIL.com.br.flv

Willmutt-www.proerdBRASIL.com.br.mp4

Bernardinho no www.proerdBRASIL.com.br

CristianeOliveira e ProerdSC.avi

Proerd 2011 inclui tema como bullying nas escolas

Proerd Raul Gil

LUAN SANTANA Proerdiano PROERD www proerdBRASIL com br

quinta-feira, 7 de julho de 2011

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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Educação é Tudo

Proerd: formando melhores cidadãos

RELATÓRIO DESCRITIVO ANALÍTICO DA PRÁTICA EM EDUCAÇÃO INFANTIL

RELATÓRIO DESCRITIVO ANALÍTICO DA PRÁTICA EM EDUCAÇÃO INFANTIL

30 JOGOS COOPERATIVOS

30 JOGOS COOPERATIVOS

DINÂMICAS PARA EDUCAÇÃO INFANTIL

DINÂMICAS PARA EDUCAÇÃO INFANTIL

BRINCADEIRAS E CANTIGAS DE RODA

BRINCADEIRAS E CANTIGAS DE RODA

PSICOMOTRICIDADE

PSICOMOTRICIDADE

Repartindo Emoções: Problemas de Aprendizagem: Discalculia

Repartindo Emoções: Problemas de Aprendizagem: Discalculia: "A matemática para algumas crianças ainda é um bicho de sete cabeças. Muitos não compreendem os problemas que a professora passa no quadro e ..."

Dificuldades De Aprendizagem

Dificuldades De Aprendizagem

segunda-feira, 4 de julho de 2011

A importancia de brincar

Aprendendo brincando

Brincando e aprendendo

BRINCAR É IMPORTANTE!!!

A importancia do brincar na educação infantil

Brincadeira de criança é coisa séria...(4/4) - TVB

Brincadeira de criança é coisa séria... (2/4) - TVB

Brincadeira de criança é coisa séria...(3/4) - TVB

Brincar é coisa séria 2

Brincadeira de criança é coisa séria...(1/4) - TVB

Aprender com a Ludicidade

ENSINAR E APRENDER BRINCANDO - PROJETOS PEDAGÓGICOS DINÂMICOS E VIVENCIA...

Cópia - Nível I

Ditado - Nível II

Teste Leitura de Texto - Nível II

Escrita Espontânea - Categoria VI

Leitura de Letras, Sílabas e Palavras - Nível I

Ditado - Nível I

Compreensão da Leitura - Nível II

Leitura de Textos - Nível I

Francisco Rosa Neto fala ao Bom Dia SC

ATIVIDADES PARA EDUCAÇÃO INFANTIL - IDEIA CRIATIVA.flv

Atividades de escrita com alfabeto movel

Psicomotricidade

Psicomotricidade (concepções)

O Caderno (Pe. Fábio de Melo)

O Caderno (Toquinho) - Cristina Motta

O caderno - Toquinho

AQUARELA DO BRASIL

Proerd forma turma de pais

Institucional CESULBRA

domingo, 3 de julho de 2011

FANTOCHES

O teatro de fantoches apresenta valores sociais, lingüísticos e literários.

Contribui para desenvolver na criança a imaginação criadora, o pensamento crítico, a linguagem em todos os seus aspectos, o enriquecimento de experiências, o senso de responsabilidade.

Muito aconselháveis para desenvolver crianças tímidas e inibidas, os fantoches concorrem para a socialização, o relaxamento de tensões emocionais e a formação de atitudes positivas.

Escondidas atrás de um palco, as crianças manobram bonecos, confeccionados muitas vezes por elas próprias, e com os quais se identificam inteiramente.

O teatro é um dos melhores meios de que dispomos para ajudar a criança a integrar-se ao seu ambiente. Isto porque lhe oferece oportunidade, através de experiências concretas, de ampliar seu poder de observação e enriquecer sua capacidade de expressão.

Toda criança, livre de inibições, pode chegar, com êxito, ao aproveitamento máximo de sua capacidade criadora.

Quer sejam apresentados por professores, mães, crianças ou outros elementos da comunidade, os fantoches se prestam aos mais variados objetivos e constituem fonte inesgotável de entretenimento e prazer seja na escola, no lar, ou em qualquer outro local.


São meios preciosos de ampliar o horizonte das crianças e aumentar o seu conhecimento em relação ao mundo que as cerca.


Mas é necessário saber confeccionar e manipular os fantoches, para que deles se alcance retirar tudo o que podem dar à educação. Um dos principais elementos a ser alcançado O poder de imaginação, que, tirando a criança do seu ambiente, lhe permite viver, por alguns momentos no mundo mágico do faz-de-conta: ela imagina, recria e interpreta histórias, fatos e situações.


O teatro de fantoches gera uma série de atividades atraentes que podem e devem dar prazer tanto a quem trabalha por detrás do palco como a quem assiste.

Os fantoches de "papier maché" ou "massa de jornal", além de fáceis de fazer, são os que mais agradam às crianças, pela semelhança que apresentam com personagens da vida real e pela maior possibilidade de movimentação que ensejam. O seu manejo é muito fácil: basta que o operador introduza a mão nas costas do boneco e coloque os seus dedos dentro da cabeça e dos braços.

"Para a criança, brincar e viver é a mesma coisa. Cantar, dançar, pintar e as demais atividades artísticas também são para ela sinônimos de vida. A criança é um ser criador – e só o deixa de ser por imposição dos adultos. Só há infância feliz quando se assegura à criança o seu direito inalienável de exprimir-se livremente. De através da arte, encontrar-se a si mesma, de identificar-se com o mundo que a cerca e de afirmar-se como ser livre e criador".

Palcos:

A falta de um palco, muitas vezes pode constituir um obstáculo para não se trabalhar com fantoches em certos locais como: ao ar livre, em casa, na sala de aula. Entretanto,facilmente, podemos improvisá-los.

Ao ar livre : Estende-se um lençol entre duas arvores ou entre duas estacas.

Em casa: Pode-se aproveitar um vão de porta, janela e ainda o vão de uma escada, fundo de um corredor ou um ângulo do quintal.

Na sala de aula : Sobre a mesa da professora (que é maior) , colocam-se duas carteiras . A boca-de-Cena sera formada pelo encontro das pernas das mesas dos alunos. Confeccione-se a cortina com papel crepom que será presa com tachinhas às pernas da cadeira. Coloca-se o cenário nas pernas das carteiras opostas ás que prendemos as cortinas.

Palco fixos: Aproveitam-se caixas de papelão ou caixotes de tamanho regular. Abre-se um retângulo de aproximadamente 80 cm por 50 cm . Essa abertura será a boca de cena, onde os bonecos aparecerão.

Efeitos especiais

São efeitos especiais tudo aquilo que concorre para melhor brilho, o melhor desempenho de uma dramatização. São eles: iluminação, sonoplastia (ruídos, sons). Iluminação:

A iluminação salienta pequenos detalhes, tornando a cena mais atraente e real.

Nos palcos portáteis, de modo geral, é suficiente uma só lâmpada Colocada na parte de dentro da abertura de cena. Uma lanterna também pode ajudar.

Sugestões para efeitos de luz:

Trovoada: palco escuro com foco de luz que se acende e apaga acompanhado de ruído característico.

Manhã de sol: luz forte, com papel celofane amarelo.

Entardecer luz forte, com papel celofane vermelho.

Aparecimento de rainha ou fada: fazer incidir sobre os bonecos luz intensa.

Bruxas e feitiçarias: colocar luz esverdeada sobre a ce­na.

Sonoplastia (ruídos, sons):

É inegável que qualquer representação alcançará maior êxito, maior autenticidade , se for acompanhada de ruídos e sons, conforme os movimentos da cena. Exemplos: o cantar dos pássaros - o ruído de patas de animais – roncos - o vento - trovões.

Instrumentos mais empregados: Tambor - reco-recos - marimbas - triângulos – violão - piano etc.

Discos podem ser usados, mas não produzem o mes­mo efeito

História ou peça a ser representada

Requisitos indispensáveis de uma história para fantoches: ação rápida - diálogos curtos - poucas personagens em cena.

No teatro de fantoches só é permitido viver uma história, portanto, nenhuma ação deve ser narrada.

Muitas histórias infantis podem ser adaptadas ao teatro de fantoches e simplificadas de acordo com o auditório.

Com facilidade, até as próprias crianças podem adap­tá-las ou inventar histórias, improvisando diálogos e como improvisam, bem!... Pois, "para a criança, brincar e viver é a mesma coisa." É útil ouvir discos da história escolhida para aperfeiçoar a entonação da fala.

É interessante criar uma personagem que sempre apareça em todos os espetáculos, sendo ela a que anuncia as peças, conversa com as crianças, chama atenção da pla­téia, pede silêncio etc.

Bibliografia consultada

BLOIS, Marlene Montezi e BARROS, Maria Alice Ferreira. Teatro de Fantoches na Escola Dinâmica. Ao Livro Técnico S.A., Rio de Janeiro 1967.

MACHADO, Maria Clara. Como Fazer Teatrinho de Boneco, Ed. Agir, Rio de Janeiro, 1970.


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http://www.projetospedagogicosdinamicos.com/livro02.htm

O Teatro na escola: uma proposta multidisciplinar no processo de ensino e aprendizagem nas aulas de Educação Física

* Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro
** Professor das Disciplinas: Prática Esportiva III e Recreação e Lazer (Brasil)
Luiza Helena Junqueira / Eliane Silva* / Luiz Antonio Leitão**
(roerafa@ig.com.b)

http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 8 - N° 50 - Julio de 2002


I. Introdução

O Teatro na Escola tem uma importância fundamental na educação e nas aulas de Educação Física. Ele permite ao aluno uma enorme “gama” de aprendizados podendo citar como exemplos, a socialização, a criatividade, a coordenação, a memorização, o vocabulário e muitos outros.

Através do teatro, o professor pode perceber traços da personalidade do aluno , seu comportamento individual e em grupo, traços do seu desenvolvimento e essa situação permite ao educador, um melhor direcionamento para a aplicação do seu trabalho pedagógico.

O tema da presente pesquisa é abordar o teatro na escola dando uma idéia geral dos “tipos de teatro” que podem ser aplicados no contexto das atividades físicas. Eles enfocam uma proposta de ensino diferente da forma tradicional. Estes tipos também podem estimular o aluno em diversos aspectos que o levam ao aprendizado, servindo como uma variação da forma de ensinar na Educação Física Escolar.

Os teatros mencionados nesta pesquisa abordam o contexto histórico de cada um, o tipo de material que pode ser utilizado para a confecção dos bonecos (que pode variar desde materiais caros até um material de sucata) e o que cada um pode estimular e acrescentar ao aluno de um modo geral.

No final, há os scripts contendo o diálogo das peças representadas pelos integrantes do grupo, demonstrando que é possível criar e interpretar e com muito pouco, divertir e ensinar à todos.


II. Tipos de atividades

2.1. Teatro de Máscaras

O homem usa máscaras desde a Pré-História nos rituais religiosos. Na África, elas são esculpidas em madeira e pintadas. Já os índios americanos fazem-nas de couro pintado e adornos de penas. Na Oceania, são feitas de conchas e madeira e com madrepérolas incrustadas.

Existe um tipo muito antigo de máscara que é aquela desenhada no próprio rosto com tintas especiais, maquiagens e pinturas. Este tipo é muito utilizado pelos índios e pelos africanos nos seus rituais religiosos, de guerra, festas , etc..

Na China, as cores das máscaras representam sentimentos e no Japão, os homens usavam máscaras representando personagens femininos.

Em Veneza, no século XVIII, o uso de máscaras tornou-se um hábito fazendo parte do vestuário da época.

No Brasil, as máscaras são usadas nas festas folclóricas e no carnaval.

As crianças gostam muito de vestir máscaras, principalmente de super-heróis que elas vêem na TV. O importante é deixar que elas confeccionem as máscaras em sala de aula ou no pátio da escola.

Para a confecção, pode-se usar sacos de papel, cartolinas, tecidos, tintas, pratos de papelão, jornal, material de sucata, etc.. Esta atividade não é difícil de ser executada e será prazerosa para asa crianças, pois elas poderão representar uma história com um material que elas mesmo elaboraram, pois estarão criando e recriando à sua própria dialética.

O teatro de máscaras promove a recreação, o jogo, a socialização, melhoria na fala da criança, desinibição dos alunos mais tímidos.

Quando o trabalho em aula exigir o uso da palavra, a máscara a ser utilizada é aquela que cobre os olhos e o nariz deixando a boca livre, permitindo que a voz saia clara, exibindo a sua expressão verbal.

As crianças representando com o rosto oculto, se permitem viver o enredo dos próprios personagens e o cotidiano social a que pertence.


2.2. Teatro de Sombras

O teatro de sombras é uma arte muito antiga, originária da China e se espalhou pelos países da Europa.

Existe uma lenda chinesa a respeito do teatro de sombras. Diz a lenda que no ano 121, o imperador Wu Ti , da dinastia dos Han , desesperado com a morte de sua bailarina favorita, ordenou ao mago da corte que a trouxesse de volta do “Reino das Sombras”, caso contrário, seria decapitado. O mago usou a sua imaginação e através de uma pele de peixe macia e transparente, confeccionou a silhueta de uma bailarina.

Quando tudo estava pronto, o mago ordenou que no jardim do palácio, fosse armada uma cortina branca contra a luz do sol e que esta deixasse transparecer essa luz. Houve uma apresentação para o imperador e sua corte. Esta apresentação foi acompanhada de um som de uma flauta que “fez surgir a sombra de uma bailarina movimentando-se com leveza e graciosidade”. Neste momento, teria surgido o teatro de sombras.

Este tipo de teatro ainda é pouco conhecido no Brasil. É uma atividade muito divertida que estimula a criatividade da criança.

Para realizar o teatro de sombras é necessário ter como material: uma fonte luminosa, uma tela (ou um lençol bem esticado) e silhuetas para serem projetadas.

As lâmpadas indicadas são as de 40 ou 60 watts, transparentes, dentro de latas de óleo para possibilitar a concentração da luz.

A tela deve ser de um tecido totalmente branco e não transparente.

Como silhueta, pode-se usar fantoches de varas recortados em papel cartão, cartolina ou papel grosso. Pode-se também utilizar outros objetos. Os fantoches movimentam-se atrás do papel, projetando a sombra. As crianças ficam atrás do palco interpretando a história, participando na movimentação dos bonecos, além de poderem confeccionar o material do teatro.

Outra atividade relacionada ao teatro de sombras, são as sombras feitas através das mãos onde se projetam com elas, as sombras numa parede, formando figuras de animais em movimento como abrindo e fechando as asas, a boca , mexendo as orelhas.

Cada aluno cria as mais diversas figuras, compara-as com as dos colegas, fala sobre as sombras projetadas.

O teatro de sombras proporciona o desenvolvimento da criatividade e da motricidade das mãos na criança, importante no período da pré-escola e da alfabetização.

Para que aconteça o teatro de sombras com as mãos, é necessário que o ambiente esteja escuro, iluminado somente com uma lâmpada ou uma vela acesa.


2.3. Teatro de Fantoches

O teatro de bonecos tem sua origem na Antigüidade.

Os homens começaram a modelar bonecos no barro, mas sem movimentos e aos poucos foram aprimorando esses bonecos, conseguindo mais tarde a articulação da cabeça e membros para fazer representações com eles.

Na China, Índia e Java já existia o teatro de bonecos.

Na Grécia Antiga, os bonecos não só tinham uma importância cultural, mas religiosa também. A cultura grega do teatro de bonecos foi assimilada pelo Império Romano e se espalhou por toda a Europa.

Na Idade Média, os bonecos eram utilizados em feiras populares e nas doutrinas religiosas.

Na Itália, o boneco “maceus” antecessor do polichinelo, era o boneco mais popular.

Na América, os fantoches foram trazidos pelos colonizadores, apesar dos nativos já fazerem bonecos articulados e que imitavam os movimentos dos homens e dos animais.

Depois da Primeira Guerra, os bonecos articulados por fios, varas e marionetes começaram a ser utilizados nas escolas americana e tcheca e no Brasil, as representações com bonecos datam do século XVI. No Nordeste, o teatro de bonecos apareceu principalmente em Pernambuco, onde a tradição permanece até os dias de hoje. Somente em meados do século XX é que o teatro de bonecos se consolidou fortemente em nosso país.

Para a confecção dos fantoches são utilizados vários tipos de material inclusive sucata, que pode ser um recurso muito bem aproveitado e sem custos para o professor e para a escola, pois pode ser trazido pelos próprios alunos, o que tornaria a atividade de confeccioná-los ainda mais interessante.

Tudo poderá ser aproveitado. Tachinhas, fita crepe, latas, sacos, durex, esparadrapo, rolos de papel higiênico vazios, tintas, etc..

Um outro recurso é utilizar as próprias mãos como fantoches, não necessitando de um material elaborado. Basta desenhá-lo na própria mão com caneta esferográfica, carvão, tintas especiais, etc.. O uso de várias cores tornará os bonecos mais alegres. Pode-se acrescentar acessórios às figuras enfeitando as mãos e os dedinhos das crianças. Como exemplo, lã, chapéu, meias, penas. Etc.. Outros tipos também são muito utilizados como mãos com luvas, costas das mãos, fantoches de copinhos, de meias, de garrafas e até mesmo de galhos de árvores e flores.

O professor deve incentivar os alunos a explorar todos os movimentos dos dedos, mãos e braços, criando uma atmosfera do conhecimento do próprio corpo. Para isso, a utilização de músicas populares, folclóricas ou clássicas são fundamentais para que o trabalho com o fantoche seja desenvolvido, além do diálogo, desenvolvido entre os participantes.


2.4. Teatro de Varas

Este teatro é uma variação do teatro de fantoches. È considerado um fantoche de vara. Os bonecos são mais simples , mais baratos e de confecção mais fácil. Como característica principal, são geralmente sustentados por uma vara. Podem ser confeccionados com cartolinas, bolinhas de isopor, de papel, colher-de-pau, palitos de churrasco, garfos vestidos com roupas de pano, palitos de picolé, copinhos de plástico sustentados por palitos.

O fantoche de cone é um tipo de boneco muito encontrado em feiras livres e circos populares, podendo representar uma figura humana ou um animal, geralmente sobre a forma de um palhaço ou pierrô. É uma variação do fantoche de vara, basta segurá-los pela vareta e dar-lhes o movimento de acordo com a situação.


2.5. Pantomima

A pantomima pode ser considerada um jogo teatral que é realizado por cenas de ação dramática que se caracterizam por explicação da ação através do gesto. Podemos exemplificar essa afirmação através deste exemplo: a primeira atividade proposta foi a de arrumar uma casa; os elementos foram entrando e ordenando aos cantos da cada, e ao final de cada um estava fazendo alguma coisa- ou lendo um livro, ou cozinhando, ou escutando música. A atividade do segundo jogo era colocar água num copo e bebe-la. Mas, assim que subiram mais jogadores ao palco estourou-se a disputa pela água. No terceiro jogo, a atividade era tocar um instrumento, e os jogadores subiam ao palco tocando cada um seu instrumento, até que um dos participantes regeu a orquestra, que passou a existir em função do estabelecimento de uma ordem mais ampla, fixando uma relação lógica da cena. Algo mais próximo ao jogo da atividade foi atingido quando um dos jogadores subiu ao palco e propôs atividades de “tecer”. Mas ainda que o grupo elaborou um cenografia, configurando um oficina de tecelagem, na qual eram desenvolvidas as mais diferentes atividades, desde dobrar panos até crochê ou costura à máquina. Somente numa fase posterior, quando voltamos ao jogo da atividade, o grupo manteve o foco solicitado pelo jogo.

Quando o foco na atividade foi descoberto pelo grupo, houve seleção e detalhamento no gesto, o que provocou uma modificação na atuação. Em comparação com o primeiro momento, quando há disputa pela água gerava um clima quase frenético, demonstrando a preocupação de fazer alguma coisa no palco, o segundo revelava um relaxamento de tensão, o que favorecia o surgimento de ações improvisadas. As imposições individuais e a linearidade da narrativa cederam lugar a autenticidade do jogo.

Pantomima resume-se ao:

Uso de caricaturas,

Dramatização (exemplo: Charles Chaplin);

Uso de características fortes sem uso de palavras,

Ás vezes tem um contexto social,

Usado muito em aulas de teatro,

Tem como objetivos: diversão, socialização, coordenação motora e aprender a usar o corpo como um todo.


III. O valor pedagògico do teatro de bonecos

Os bonecos utilizados pelos alunos na escola seguindo a orientação de um professor de Educação Física, tem um papel importantíssimo na educação, pois eles podem ajudar a desenvolver vários aspectos educacionais principalmente aos que estão relacionados à comunicação e a expressão sensório-motora.

O professor deve deixar a criança manipular os bonecos à vontade. Aos poucos, a criança irá sentir uma vontade de criar uma fala, um diálogo para aquele boneco, aliando o movimento dele com a palavra.


A criança sendo estimulada nesta situação, ela irá começar a inventar personagens, desenvolvendo e aprimorando o diálogo com eles. Essa criação livre e natural pode levar à diálogos proporcionados por histórias lidas e ouvidas, textos prontos para este tipo de teatro.

Geralmente, as crianças pequenas começam a brincar sozinhas com seus bonecos e pouco a pouco, vão unindo-se com outras crianças criando os seus próprios fantoches e iniciando a socialização, pois percebem a necessidade de esperar sua vez para falarem, para ouvir os outros, respeitar a opinião dos colegas e exprimirem um manifesto de suas opiniões usando de argumentos plausíveis.

As brincadeiras com fantoches permitem que a criança desenvolva a expressão oral e artística, pois os bonecos levam a criança sempre ao mundo da imaginação e do faz-de-conta.

Já os alunos maiores (geralmente do ensino fundamental), usam o fantoche para expressarem seus pensamentos de uma forma mais livre. Contam suas ações, seus desejos, aventuras, reproduzem fatos e histórias lidas e ouvidas do seu dia-a-dia.

O teatro de bonecos também estimula a criança a desenvolver a potencialidade da voz porque de acordo com o personagem representado, a criança pode falar grosso, fino, imitar sons de bichos, de elementos da natureza como por exemplo, chuva e trovoadas, abrindo momentos lúdicos e sensórias. Elas começam a adequar a voz às diversas situações aliando o ritmo vocal ao gestual.

A criança ao ouvir aos mais diversos sons, ela provavelmente ouve com mais interesse o que os outros falam. Isso faz com que ela perceba a musicalidade de uma canção e o seu ritmo, sendo considerado um fator fundamental na educação da audição (sensorial).

Um outro fato é que os bonecos confeccionados pelos alunos, mesmo que o professor participe da confecção, são mais adequados para o aprendizado do que os comprados prontos, pois quando eles mesmos criam os fantoches, passam a gostar mais deles unindo neste momento, três aspectos da educação: a expressão oral, a plástica e as emoções vivenciadas anteriormente.

O teatro de bonecos na formação do educando tem como objetivos: a percepção visual, auditiva e tátil; a percepção da seqüência de fatos (noção espaço-temporal); coordenação de movimentos; expressão gestual, oral e plástica; criatividade; imaginação ; memória; socialização e o vocabulário.

Este tipo de teatro pode ainda revelar ao professor, aspectos do desenvolvimento da criança que não são observados durante os trabalhos escolares tradicionais. Com isso, o professor poderá direcionar atividades educativas e recreativas de acordo com a capacidade da criança. Assim, o teatro de bonecos significa para a criança um jogo e para o professor, uma técnica didático-pedagógico no processo de ensino-aprendizagem.

Devemos sempre lembrar que a lógica infantil é diferente da lógica do adulto, sendo o teatro de bonecos real para a criança, dentro da realidade do jogo, lúdico e do jogo da vida no qual está inserido no contexto civilizacional do seu grupo social


3.1. Fases do Planejamento das peças

O planejamento das peças pode ser realizado pelos alunos e pelo professor passando por três fases: a fase do planejamento propriamente dita, a fase de execução e a fase de avaliação.


Fase do planejamento

Nesta fase ocorre a escolha do tema, escolha dos personagens, caracterização dos personagens e escolha do local para apresentação. Na fase da caracterização, o aluno deve descobrir sozinho como vestir os bonecos de acordo com o texto da peça.


Fase de execução

No ensaio, cada apresentador decora a parte do personagem que irá representar. Os ensaios devem ser realizados na presença de todos os alunos da classe junto com o professor.

Na representação é onde ocorre a apresentação da dramatização já pronta e ensaiada.


Fase de avaliação

A avaliação deve ser considerada pelo professor uma forma de incentivo à atuação da criança. Nesta fase, os alunos revelam muito as características do seu eu, atitudes, comportamentos e habilidades. É a oportunidade que o professor tem de analisar seus alunos, conhecendo-os melhor para auxiliá-los no processo educativo.

O professor deve avaliar no aluno as mudanças comportamentais dele, sua integração com o grupo levando em consideração, o desempenho da criança no desenvolvimento da apresentação da atividade.


3.2. Exemplos de peças sócio-educativas:

O macaco e o coelho

( Em cena, um macaco e um coelho. )
Macaco: Vamos fazer um trato?
Coelho: Que trato?
Macaco: Eu só caço borboletas e você só caça cobras.
Coelho: Está bem. Isso é pra valer?
Macaco: Claro que é.
Coelho: Então vou dar umas voltas pela mata e ver se consigo caçar cobras.
Macaco: Eu vou primeiro. Nesta hora, a mata deve estar cheias de borboletas.
( O macaco sai. )
Coelho: Vou aproveitar e dormir até o macaco voltar.
( O coelho dorme e o macaco volta. )
Macaco: O coelho está dormindo. Vou aproveitar !
( Puxa as orelhas do coelho. )
Coelho: Que é isso? Quem está puxando minhas orelhas?
( O macaco ri. )
Macaco: Ah ! Ah ! Ah ! Desculpe, amigo ! Pensei que fossem borboletas.
( O coelho vai saindo e pára na ponta do palco. )
Coelho: Espera que terás de volta.
( O coelho sai, e o macaco dá umas voltas pelo palco e depois fica distraído olhando alguma coisa. O coelho vem devagarinho por trás dele, segurando um pau. Dá uma paulada no rabo do macaco. O macaco berra. )
Macaco: Ai, ai, ai ! O que você fez?
Coelho: Desculpa, amigo. Vi uma coisa comprida e torcida. Pensei que fosse uma cobra.
( Sai apressado. )
( O macaco fica gemendo enquanto a cortina fecha. )
Narrador: Foi desde aí que o coelho, com medo de o macaco vingar-se, passou a morar em buracos.

O sapo encantado

1ª cena
( Aparecem o rei e a princesa.)
Rei: Minha filha, dou-lhe esta bola de ouro para você brincar no parque.
Princesa: Obrigada, papai ! Já vou brincar com ela !
( O rei sai. )
( A princesa joga a bola que, daí a pouco, some dentro do palco. )
Princesa: Oh ! Minha bola caiu dentro do poço e não posso pegá-la. O poço é tão fundo!
( A princesa chora. )
Sapo: Por que está chorando, linda princesa !
Princesa: Porque minha bola caiu dentro do poço e não sei como tirá-la de lá.
Sapo: Irei buscar sua bola, com uma condição. Você terá de levar-me ao palácio. Quero sentar-me à mesa, ao seu lado, e comer no seu prato.
Princesa: Está ....bem. Farei tudo isso que você me pede se trouxer minha bola de volta.
( O sapo some embaixo do palco e volta com a bola. )
Sapo: Aqui está sua bola, princesa. Não precisa chorara mais.
Princesa: O brigada ! Vamos para o palácio.

2ª cena:
( O rei entra em cena. Em seguida, entra a princesa. )
Princesa: Papai, veja o que aconteceu ! Minha bola de ouro caiu no poço e este sapo prometeu buscá-la se eu o trouxesse para comer conosco, sentado em nossa mesa.
Rei: Sim, minha filha. Palavra de princesa não volta atrás.
( A princesa acaricia o sapo. )
Princesa: Você não é muito bonito, mas foi muito bom para mim. Gosto de você.

( A princesa beija o sapo. )
( O sapo desaparece sob o palco e em seu lugar surge um príncipe. )
Príncipe: Obrigado, muito obrigado ! Sua bondade desencantou-me. A bruxa malvada transformou-me em um sapo e eu só poderia voltar a ser príncipe quando uma pincesa me beijasse. Jamais esquecerei seu carinho.
Princesa: Ah ! Que bom ! Que lindo príncipe você é.
( O príncipe dirige-se ao rei. )
Príncipe: Quero pedir-lhe, majestade, a mão se sua filha em casamento.
Rei: Você quer casar com o príncipe, minha filha?
Princesa: Sim, papai.
Rei: Concedo-lhe a mão de minha filha, com muito prazer! Quero que vocês sejam muito felizes.

A festa no céu
( Um sapo aparece no palco, passeando de cá para lá. Entra um coelho.)
Coelho: Bom dia, Sapo ! Como vai ?
Sapo: Vou bem, obrigado. E você ?
Coelho: Ah ! Eu vou bem ! Imagine você...Vou a uma festa .
Sapo: Onde é a festa ?
Coelho: Nem te conto. Vão todos os animais.
Sapo: Mas onde é essa festa ?
Coelho: É uma festa de arromba. É no céu.
Sapo: No céu ? Nunca ouvi falar.
Coelho: Pois é. Eu vou à festa no céu.
Sapo: Quem mais vai à festa ?
Coelho: Vão todos nossos amigos. Você também pode ir.
Sapo: Oba ! Oba ! Eu vou , eu vou !
Coelho: Vai haver muitos doces.
( O sapo abre um pouco a boca. )
Sapo: Oba ! Vou comer muitos doces.
Coelho: Vai haver refrigerantes.
( O sapo abre mais um pouco a boca. )
Sapo: Oba ! Está pra mim, gosto muito de refrigerantes...
Coelho: Dizem que a mesa é comprida, cheinha de doces, salgados, refrescos...
Sapo: Oba ! Vou comer até dizer chega. Oba !
( O sapo abre toda a boca. )
Coelho: Só que tem um detalhe.
( O sapo abre a boca o mais que pode e fica de boca aberta. )
Sapo: Qual é ?
Coelho: É que bicho de boca grande não pode entrar.
( O sapo fecha a boca de repente e torna a falar abrindo-a só um pouquinho. )
Sapo: Eu quero ver como o jacaré vai se arranjar....

Os ratos, o gato e o queijo
( Ao abrir-se a cortina, aparece, no centro do palco, um queijo. )
( Daí a pouco entram dois ratos: um de cada lado do palco. )
Ratinho: Olhe um queijo ! É meu !
Ratão: Eu vi primeiro, é meu !
Ratinho: Viu nada. Eu é que vi primeiro. Vou comê-lo.
Ratão: Vai nada ! Quem vai comer sou eu.
Ratinho: Isso é o que você pensa. Vou lhe dar uns tapas e o queijo é meu.
Ratão: Dá, se for homem !
Ratinho: Dou mesmo. É pra já.
( Brigam, um batendo no outro. )
Ratão: Pensando bem, é melhor repartir o queijo. Você fica com um pedaço e eu fico com o outro.
Ratinho: Ah ! Já sei que você quer o pedaço maior. Não aceito a sua proposta.
Ratão: Vou dividir o queijo em duas partes bem iguais. Confie eme mim.
Ratinho: E você é de confiança ? Vou ficar com o queijo inteirinho.
Ratão: Ah ! É assim ? Você vai é apanhar.
( Brigam. Depois de algum tempo de luta ouve-se um miado que vai aumentando à medida que alguém vai se aproximando. Aparece o gato. )
Gato: Miau ! Miau !
( Os ratos se assustam e fogem apavorados. )
Gato: Oh ! Oh ! Oh ! Que belo queijo ! Vou saboreá-lo !
( O gato come o queijo e fecha-se a cortina. )


Jogo de volei

Duas equipes e um juiz (todos os alunos).

Há disputa de uma partida de voleibol, onde uma das equipes é considerada vencedora. A outra equipe perdedora fica triste pela derrota. Vencedores e derrotados ao final se confraternizam no momento de cultura da paz e da introdução do Fair-Play, no sentido lúdico e educacional do jogo.


IV. Conclusões

O teatro na escola é um meio rico, diverso e fácil de ser trabalhado com crianças.

Utilizando um recurso material barato e de sucata para confeccionar os bonecos, as roupas, o palco, a cortina, etc.. é possível realizar várias atividades.

Verificamos a importância que o professor tem , de planejar de forma adequada, as atividades a serem realizadas com os alunos que vão desde a confecção dos bonecos até o desfecho da peça. O educador deve levar em consideração o nível de desenvolvimento das crianças que estão participando do trabalho para que este possa alcançar os objetivos propostos.

Com esta pesquisa, observamos a importância cada vez maior de utilizarmos esse recurso como estratégia educacional, para transmitir mensagens positivas e eruditas aos alunos, ajudá-los a enfrentar os desafios da vida, pois através do teatro, eles podem expressar palavras, vontades próprias, sentimentos, aumento da capacidade de articulação da voz, identificação com os personagens, prazer em reproduzir histórias ou situações que os encantam e quem sabe futuramente, possa aflorar algum talento que faça surgir um ator. Isso tudo e muito mais, pois para as crianças, dramatizar é brincar.

E certamente, o professor também vivência muito com seus alunos, podendo verificar a personalidade, características comportamentais, sociais e de valores morais de cada criança e com isso poderá enriquecer e aprimorar a sua interação com o grupo, estimular e melhorar a interação entre os próprios alunos.

Os alunos que tem a chance de participar deste tipo de trabalho, se este for bem conduzido, provavelmente irão enfrentar com menos dificuldades as situações de seu cotidiano, exteriorizando e sentindo e tendo uma maior liberdade de expressão de todos os seus atos.


Referências bibliográficas

LADEIRA, Idalina; CALDAS, Sarah., Fantoches & Cia. Rio de Janeiro, Ed. Scipione, 1993.

Lecturas: Educación Física y Deportes · http://www.efdeportes.com · Año 8 · Nº 50
http://www.efdeportes.com/efd50/teatro.htm